segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Missa parece não existir na Bíblia, então de onde provém?



A Missa parece não existir na Bíblia, então de onde provém?

Todos os elementos principais da Missa estão, de facto, na Bíblia, reunidos de forma litúrgica pelos primeiros cristãos, guiados pelo Espírito Santo. De facto, a acção central, a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus Cristo, é tomada directamente dos relatos das palavras de Jesus na última Ceia quando Ele instituiu a Eucaristia, “Isto é o meu corpo… este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança… fazei isto em minha memória.” (1Cor 11,23-25; Mt 26,26-28; Mc 14,22-24; Lc 22,17-20).
Outras fontes bíblicas da Missa incluem as suas duas principais divisões em liturgia da Palavra e liturgia Eucarística, que são prefiguradas na liturgia da Sinagoga (cf. Lc 4,16-39) e na liturgia dos sacrifícios do Templo (cf. Esdras 6,19-22). Entre os outros diversos elementos da Missa retirados da Bíblia, temos as palavras de abertura: “A Graça e a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”, são a conclusão da segunda carta de S. Paulo aos Coríntios, e as palavras: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada…” são as palavras que o centurião dirige a Jesus (Mt 8,8). Muitos dos aspectos rituais da Missa, tal como o incenso e as vestes, são prefiguradas no Antigo Testamento (cf. Lev 8) como figura das boas coisas que virão (Hb 10,1). A “ boa coisa” que veio é o perfeito sacrifício da Missa, que faz com que o sacrifício de Cristo esteja presente em todas as épocas até ao fim dos tempos.
Provas importantes para a existência da Missa, na Igreja primitiva, são também apontadas nos primeiros escritos cristãos. Por exemplo, São Justino Mártir, na sua obra Primeira Apologia ao Senado Romano, escrita pelos meados do segundo século, dá-nos um relato detalhado acerca da liturgia Eucarística. São Justino descreve muitos elementos – incluindo leituras, o sermão, o beijo da paz, o ofertório, a oração Eucarística de acção de graças, a consagração pelas palavras da instituição da Eucaristia, intercessões, o grande “Amén” e a comunhão – todas elas são as partes que nos são familiares na Missa actual. São Justino também descreve a Eucaristia em termos católicos tais como “o corpo e sangue daquele Jesus que se fez carne” (Primeira Apologia 66), e Santo Ireneu, também no segundo século, afirma que a Igreja oferece o “puro sacrifício” (Contra Heresias, IV, 18). Por isso, apesar de ter havido, claramente, alguma elaboração dos detalhes da Missa, ao longo dos séculos, a Missa teve a sua fonte nas Escrituras, foi desenvolvida na sua forma litúrgica pela Igreja primitiva, e tem hoje uma estrutura com coerência orgânica e consistente com as suas origens.


*This text is from Apologia, a product of the Evangelium Project, and is reproduced by the kind permission of the Catholic Truth Society.

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