sexta-feira, 31 de julho de 2020

Alexandre Reis (Ex-protestante de volta à Igreja Católica)

Alexandre Reis, professor de matemática, conta neste vídeo a sua trajetória no cristianismo. Ele foi batizado na Igreja Católica, saiu para a Igreja protestante e, hoje, está de volta à nossa casa, a Igreja Católica Apostólica Romana.

Fonte:Centro Anchieta

terça-feira, 26 de maio de 2020

Comparação entre calvinismo e catolicismo

Comparação entre calvinismo e catolicismo

Vou fazer a devida comparação entre catolicismo e calvinista, partindo do esquema da TULIP:

TULIP é um acróstico, atribuindo a cada letra um significado, na língua inglesa, como iremos ver: t = total depravity ou total inabilityunconditional election (“eleição incondicional”); l = limited atonement (“expiação limitada”); i = irresistible grace (“graça irresistível”); e p = perseverance of saints (“perseverança dos santos”). Cada um desses cinco artigos ou pontos é representado, assim, por uma letra do pentagrama calvinista (TULIP) e resumem o que há de fundamental em toda a visão calvinista da salvação e da predestinação. (“depravação total” ou “incapacidade total”); u =

O símbolo desse acróstico é uma flor, a tulipa (em inglês, tulip).

t – TOTAL DEPRAVITY – para os calvinistas, a queda do homem afetou a sua natureza no que era essencial, de sorte que a vontade e a inteligência do homem ficaram corrompidas (as potências da alma); no catolicismo, a queda do homem afetou a seus dons sobrenaturais e preternaturais, não poderia teria ter-lhe destruído a natureza, posto que o destruiria naquilo que o distingue como ser humano (ser intelectual, dotado de alma intelectual).

u – UNCONDITIONAL ELECTION – no catolicismo, a predestinação (da graça à glória) é incondicionada, e isso é “de fide”; a reprovação é incondicional e negativa; para os calvinistas, não há a preocupação em ensinar uma reprovação incondicional negativa, posto que geralmente não há a identificação do bem com o ser; nem de Deus como o Ser, na sua essência; logo, o mal assume conotação de “ser”, conjuntamente com o bem (desprezo à metafísica, que é uma ciência, em decorrência da desconfiança do calvinista em relação à razão).

l – LIMITED ATONEMENT – para o calvinista, Cristo morreu somente pelos eleitos. Para o católico, Cristo não morreu somente pelos eleitos (isso é “de fide”). Explicação: os batizados recebem a graça da justificação em virtude dos méritos da Paixão de Cristo; nem todos os batizados podem ter certeza de que serão eleitos (a predestinação à graça não é à glória), portanto, Cristo morreu por todos os batizados e não somente pelos eleitos. A doutrina católica não exige como que “de fide” que Cristo tenha morrido por todos os homens, mas o ensino do “Catecismo Romano” é de que assim é quanto à virtude, mas não quanto à eficácia. Por isso, no Missal, se diz “pro multis”.

i – IRRESISTIBLE GRACE – a graça eficaz é admitida pelo catolicismo, mas essa graça excita à cooperação do homem, sendo o livre arbítrio o veículo ou o meio no qual a graça age; no calvinismo, não há diferenças (cf. Confissão de Fé de Westminster, III,1), embora, para muitos, o livre arbítrio seja incapaz de cooperar, por estar inclinado para o mal (Lutero). A distinção entre a graça eficaz e graça suficiente encontra analogia na distinção calvinista entre graça especial e graça comum.

p – PERSEVERANCE OF SAINTS – no catolicismo, o dom da perseverança (em especial, a perseverança final) é sempre um dom gratuito de Deus aos eleitos, a diferença é que os calvinistas acreditam que esse dom seja certamente recebido por todos os justificados.

Tradução e fonte em portugues: https://www.veritatis.com.br/comparacao-entre-calvinismo-e-catolicismo/

Fonte Original em ingles: https://www.catholic.com/magazine/print-edition/a-tiptoe-through-tulip

Nominalismo, a origem do calvinismo

Nominalismo, a origem do calvinismo

Carlos Ramalhete

Um amigo, envolto em discussão com um calvinista, enviou-me mensagem que enviara ao dito herege, perguntando se estava boa ou se – no afã de atacar o calvinismo – não caía no pelagianismo. Respondi-lhe assim:


Bunitin, nada a condenar, em absoluto; não achei nem um pouco pelagiano. Acho até que vc poderia ter jogado mais forte (por exemplo – não sei se vc já usou isso antes na discussão), usando o que diz São Tomás sobre as palavras da Consagração. É uma questão bastante atual, inclusive, devido à querela do “pro multis” (que a CNBB fez virar “por todos”). Em grandes linhas, o bom frade diz que a graça de Nosso Senhor é suficiente para todos e oferecida para todos, mas só é aceita por alguns (os “multi”).

Creio – sem querer te fazer reescrever o seu Tractatus Contra [Calvinista] – que seria interessante desviar a discussão para o ponto de base do erro dele, que é a visão ontológica da pessoa humana.

Explico: Calvino, como Lutero, era nominalista. Ou seja: eles negavam a existência de uma “humanidade” (ou natureza humana) fora de cada homem. A visão realista clássica (de S. Tomás, mais ainda de Sto. Agostinho, etc.) é de que haja uma humanidade da qual participamos todos os homens. Esta humanidade é a que foi assumida por Nosso Senhor (uma só Pessoa, duas naturezas: a natureza é determinação ontológica, não acidente). Para o nominalista, entretanto, ser homem é simplesmente um acidente que – por puro acaso – todos nós temos. Ser homem, em outras palavras, não é algo que ocorra realmente em nível ontológico (daí os netinhos deles hoje em dia querendo dizer que chimpanzé é gente, etc.; na falta de uma humanidade extrínseca ao homem, eles querem achá-la em percentuais de DNA ou outras besteiras: ela é apenas um rótulo, uma característica não mais importante que a cor do cabelo, o tamanho do nariz ou o time pelo qual se torce, em termos de determinação ontológica do ente).

Aí os pobrezinhos entram em pânico na hora da determinação do processo salvífico. Nós sabemos que Deus Se fez homem (ou seja, assumiu a natureza humana de que todos participamos e cuja existência extrínseca a cada homem os nominalistas negam). Com isso, tornou-nos todos (todinhos, sem exceção: Ele assumiu algo que nos determina e define antes mesmo de recebermos o ato de ser, antes mesmo de cada alma individual ser criada: quando ela é criada, já é criada humana, participando desta humanidade, desta natureza que eles negam como tal) capazes de salvação e chamados à graça. Sabemos assim que a graça, mais ainda, que a salvação, são o modo e o fato da participação plena do homem em Deus, em Quem ele é. Em outras palavras: santificar-se é ser plenamente em Deus, deixando de escorar o nosso “ser” em algo d’outro (mulher, dinheiro, prazer sensível…).

Já para eles não há conceito possível de santificação porque não há possibilidade de ser mais plenamente em Deus, na medida em que cada um é completamente autônomo, separado dos outros homens, com quem não partilha sequer uma natureza no sentido pleno (uma “humanidade”, que eles negam). Sendo cada um uma coisa à parte, sendo cada um um ser único, de natureza única (como aliás sabemos serem os anjos; é por isso que os demônios não podem ser salvos: cada um tem uma natureza própria, já nos ensinava Santo Agostinho; não há uma “angelicalidade” de que eles participem individualmente e que Deus pudesse assumir), a salvação é necessariamente algo externo ao homem e completamente arbitrário. Daí a arbitrariedade da “moral” puritana dos calvinistas, também, que o é necessariamente por não partir de determinação ontológica (“agir conforme o ser” é a moral clássica – se cada um é uma “natureza” diferente, não há um agir comum que possa ser depreendido de uma natureza comum que determina o ser homem, e qualquer moral é necessariamente arbitrária ou pragmática).

Lutero – aliás agostiniano; é impossível ler Santo Agostinho como nominalista e querer achar algum sentido; o nominalismo nega as próprias premissas filosóficas neo-platônicas do Bispo de Hipona – pregava uma salvação que viesse de uma confiança em Deus, que seria ao mesmo tempo sinal e suscitamento de resposta divina (coisa assaz mal-cozida, aliás, mais cheia de furos que peneira que é usada de alvo de tiro de espingarda). Calvino tenta costurar melhor as pontas, e inventa a dupla predestinação, usando nisso uma versão reducionista do processo de salvação ou danação dos anjos: os anjos, com sua inteligência angélica, no momento em que foram criados “viram”, souberam, o que havia a ver e a saber e fizeram, com seu livre arbítrio, uma escolha. Calvino, não tendo como atribuir a bebês de colo uma inteligência angélica, achou mais “fácil” negar o livre-arbítrio e dar a Deus a nada nobre missão de bancar o Satanás e condenar irremediavelmente ao inferno alguns (e outros predestinar ao Céu).

O problema, então, não é de ordem estritamente teológica, é de má filosofia na base. O que os calvinistas negam – e é este o ponto que deveria ser atacado, na minha humilde opinião – é a humanidade, logo a possibilidade de santificação, logo a participação humana na obra da salvação. O resto é consequência. Ficar neste debate em torno de trechos pinçados de enciclopédias (!!!) por um sujeito que não tem a menor ideia do que está falando não há de levar a lugar nenhum. Isso porque:

– Vocês estão falando de homens diferentes, partindo de visões totalmente diferentes do que seja o homem e a salvação. Não há como chegar a um acordo (a não ser que seja um acordinho fuleiro irênico, como a declaração conjunta com os luteranos) sem que haja uma determinação firme dos termos do que está sendo declarado.
– Vc diz “homem” e pensa em um homem que participa da humanidade que Nosso Senhor assumiu; ele fala “homem” e pensa em um ser quase angélico, que não partilha a mesma natureza que outros homens.
– Vc fala “salvação”, e pensa em purificação do homem para que ele seja plenamente ele ou seja, que ele seja ele mesmo plenamente em Deus; ele fala “salvação” e pensa em um decreto divino que ignora, ou mesmo violenta, o que aquele indivíduo (não-humano, ou seja, não participante na humanidade, não passível de aperfeiçoamento real pela graça) realmente *é*. Para ele, a salvação é o uso de um pistolão, é o amigo que faz entrar no show pela porta dos fundos para que não se tenha que pagar a entrada.
– Você fala de “obras” e pensa na instauração do homem em Cristo, em ser cada vez mais plenamente em Deus-Que-Se-fez-homem; ele pensa em algo completamente arbitrário, que não pode refletir uma natureza pelo simples fato de essa natureza não existir, tendo assim que refletir não a humanidade, mas os desejos pessoais e individuais de cada “homem-como-acidente”: para ele a obra é por definição exatamente o que a visão cristã clássica de “obra” quer demolir (ou seja, a ação que é fundada em algo exclusivo da pessoa, tendo o “obrante” como princípio e fim, sendo assim algo que afasta de Deus, não aproxima).
– Etc.

Deu para entender? No mais, parabéns pela paciência.

Santo Agostinho era calvinista? Patrística para protestantes

Fica a dica de acompanhar este canal do Youtube do Conde Loppeux, neste video com Israel Azevedo, especialista em Patrística e membro da Igreja greco-melquita.

Desconfiem sempre dos ditos apologistas protestantes que não conferem as fontes primárias, que nem citam as fontes, ou tiram de dentro do contexto original um texto ou partes de textos para provar algum ponto que a Igreja nunca apoiou... como é o caso de Santo Agostinho que muitos mentem dizendo que o Santo Doutor da Igreja, apoiava a tal teoria da predestinação Calvinista e que alguns são predestinados ao Inferno.

Neste vídeo mostra de forma simples como é fácil desmascarar estes textos que se replicam pela internet e pelos livros protestantes e são de uma desonestidade total; ditos por pessoas que nunca tiveram a minima vontade de estudar os livros citados e principalmente nunca se aprofundaram na Patrística da Igreja.

Fonte: YOUTUBE (conde loppeux)

Video 1: Santo Agostinho era calvinista?
 https://www.youtube.com/watch?v=XoPPlTaMIXc



Patrística para protestantes
Fonte video 2: https://www.youtube.com/watch?v=K9ef6rV8KTM