sábado, 30 de junho de 2012

Quando eu digo que sou católico


Solenidade de São Pedro e de São Paulo


Solenidade de São Pedro e de São Paulo
Por Dom Antonio Carlos Rossi Keller

Desde o século III que a Igreja une na mesma solenidade os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, as duas grandes colunas da Igreja.
Pedro, pescador da Galileia, irmão de S. André, foi escolhido por Jesus Cristo como chefe dos Doze Apóstolos e constituído por Ele como pedra fundamental da Sua Igreja. Foi o primeiro representante de Cristo na terra. Apesar da sua fragilidade, pela sua grande amizade ao Senhor, foi escolhido para apascentar o rebanho de Jesus Cristo.
Paulo, nascido em Tarso, na Cilícia, de uma família judaica, não pertenceu ao número daqueles que, desde o princípio, conviveram com Jesus. Perseguidor dos cristãos, converte-se pelo ano 36, a caminho de Damasco, tornando-se desde então Apóstolo apaixonado de Cristo. Ao longo de 30 anos, anunciará o Senhor Jesus, fundando numerosas Igrejas e consolidando na fé, com as suas Cartas, as jovens cristandades.
Figuras muito diferentes pelo temperamento e pela cultura, viveram, contudo, sempre irmanados pela mesma fé e pelo mesmo amor a Jesus Cristo. S. Pedro, na sua maravilhosa profissão de fé, exclamou: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo». E, no seu amor pelo Mestre, disse-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que eu Te amo». S. Paulo, por seu lado, afirmou: «Eu sei em quem pus a minha confiança», ao mesmo tempo que afirmou, como expressão do seu amor: «Para mim viver é Cristo e morrer é um lucro» (Fil, 1,21)
Depois de ambos terem suportado toda a espécie de perseguições, foram martirizados em Roma, durante a perseguição de Nero, regando com seu sangue a mesma terra, «plantaram» a Igreja de Deus. Passados dois mil anos, continuam a ser «nossos pais na fé». Honrando a sua memória, celebramos o mistério da Igreja fundada sobre os Apóstolos e pedimos, por sua intercessão, perfeita fidelidade aos ensinamentos apostólicos.
Pedro deixa tudo, família, barco, casa, as redes de pesca, para seguir inteiramente a Cristo. É este amor a Jesus Cristo que lhe dá total confiança no perdão do Mestre, após as suas negações. Após a Ressurreição, ele terá oportunidade para confessar o seu amor a Jesus por três vezes: «Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 18). Ele dá, finalmente, a maior prova de amor a Jesus, morrendo crucificado em Roma.
Paulo, no encontro com Cristo no caminho de Damasco, rende-se totalmente e Jesus torna-se a sua razão de ser e o motivo profundo de todo o seu trabalho apostólico: «A vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a Si mesmo se entregou por mim» (Gal. 2,20). S. Paulo vive de Cristo e com Cristo: entregando-se a si mesmo, toda a sua glória está na crua de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nas suas Cartas, depois do nome de Deus, que aparece mais de 500 vezes, o nome que é mencionado com mais frequência é o de Cristo (380 vezes). A nossa pertença radical a Cristo deve infundir em nós uma atitude de total confiança e imensa alegria: «Se Deus está por nós, quem contra nós? (Rom. 8, 31); ninguém «poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rom. 8, 39); «tudo posso n’Aquele que me conforta» (Fil. 4, 13).
Esta solenidade de hoje proporciona-nos uma bela oportunidade para meditar no amor à Igreja e ao Papa. Onde está o Papa, aí está Pedro; e onde está Pedro, aí está o Vigário de Cristo, o «Doce Cristo na Terra» (S. Catarina de Sena), aí está a Igreja, esposa de Cristo. «Ninguém pode ter Deus como Pai se não tiver a Igreja como Mãe».
Em resposta à profissão de fé de S. Pedro, feita em nome de todos: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo», Jesus disse-lhe: «Tu és Pedro (isto é rochedo) e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo quanto ligares na terra será ligado no Céu; e tudo quanto desligares na terra será desligado no Céu» (Mt 16, 18-19).
A Igreja, que é uma só, pois Cristo fala no singular «a minha Igreja», está fundada sobre este único alicerce.
S. Paulo, na Carta aos Efésios, lembra-nos que Cristo «amou a Igreja, entregou-se por ela para a santificar, purificando-a no Batismo da água pela palavra da vida, para a apresentar a si mesmo, como Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e imaculada» (Ef. 5, 25-27).
O amor à Igreja é consequência da nossa filiação divina: somos filhos de Deus porque Cristo fundou a Igreja que nos fez renascer pela água e pelo Espírito santo para a vida divina. Quais as obrigações de um filho para com sua mãe? Amor, respeito, docilidade, veneração, obediência, carinho e piedade filial.

domingo, 24 de junho de 2012

"Como profeta que termina o Antigo Testamento e começa o novo"


"Como profeta que termina o Antigo Testamento e começa o novo"

Angelus do Papa na Solenidade do Nascimento de São João Batista

CIDADE DO VATICANO, domingo, 24 de junho de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir as palavras pronunciadas durante a oração do Ângelus, pelo Papa Bento XVI aos fiéis e peregrinos reunidos na praça de São Pedro.
***
Queridos irmãos e irmãs!
Hoje, 24 de junho, celebramos a Solenidade do Nascimento de São João Batista. Com exceção da Virgem Maria, o Batista é o único santo que a liturgia celebra o nascimento, e fá-lo porque está intimamente ligado ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. Desde o ventre materno, de fato, João é precursor de Jesus: a sua concepção milagrosa é anunciada a Maria pelo Anjo como sinal de que "nada é impossível para Deus" (Lc 1,37), seis meses antes do grande milagre que nos dá a salvação, a união de Deus com o homem por obra do Espírito Santo. Os quatro Evangelhos dão muita importância à figura de João o Batista, como profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando em Jesus de Nazaré o Messias, o Consagrado do Senhor. De fato, o mesmo Jesus falará de João neste termos: "Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti, / na sua frente ele vai preparar o caminho. Em verdade eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior que João o Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele" (Mt 11,10-11).
O pai de João, Zacarias – marido de Isabel, parente de Maria –, era sacerdote do culto do Antigo Testamento. Ele não acreditou rapidamente no anúncio de uma paternidade já inesperada, e por isso ficou mudo até o dia da circuncisão da criança, que ele e a esposa deram o nome indicado por Deus, ou seja João, que significa "O Senhor agracia" . Animado pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do filho: "E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo / porque irá diante do Senhor para preparar-lhe o caminho, / para dar ao seu povo o conhecimento da salvação / no perdão dos seus pecados" (Lc 1,76-77). Tudo isso aconteceu trinta anos depois, quando João começou a batizar no rio Jordão, chamando o povo para se preparar, com aquele gesto de penitência, para a iminente vinda do Messias, que Deus tinha revelado durante a sua estada no deserto da Judéia. Por isso ele foi chamado "Batista", ou seja, "Batizador" (cf. Mt 3, 1-6). Quando um dia, de Nazaré, o próprio Jesus veio para ser batizado, João recusou-se a princípio, mas depois consentiu, e viu o Espírito Santo repousar sobre Jesus e ouviu a voz do Pai Celestial que o proclamava seu Filho (cf. Mt 3, 13-17 ). Mas a missão do Batista ainda naõ estava completa: pouco tempo depois, lhe foi pedido preceder a Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei Herodes, e assim deu testemunho em plenitude do Cordeiro de Deus, que antes do que qualquer outro tinha reconhecido e indicado publicamente.
Queridos amigos, a Virgem Maria ajudou a idosa parente Isabel a levar adiante a gravidez de João. Que ela ajude a todos a seguirem Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Batista anunciou com grande humildade e ardor profético.

domingo, 17 de junho de 2012

PERGUNTAS E RESPOSTAS: Estão os Adventistas do Sétimo dia corretos sobre o que acontece com a alma após a morte?


Estão os Adventistas do Sétimo dia corretos sobre o que acontece com a alma após a morte?

Pergunta completa: Um Adventista do Sétimo dia me disse que quando uma pessoa morre ela fica dormindo e não tem conhecimento de nada. Realmente a Bíblia ensina isso?

Não. Aqueles que defendem o "sono da alma" afirmam que quando uma pessoa morre, ele entra num estado de inconsciência até a Segunda Vinda. Alguns usam essa alegação para argumentar que os santos não podem interceder por nós, uma vez que supostamente eles estão dormindo.
Isaías 14,9-10 nos diz que os mortos estão agitados e estão falando. 1 Samuel 28 fala de Samuel conversando com Saulo após a sua morte. Em 1 Pedro 3,19 Jesus prega as almas na prisão.  Por que pregar para aqueles que estão dormindo?  Deve ser um tédio falar para um público assim! Sem dizer  tentar dizer isso para daquele homem rico na história de Lázaro e o homem rico (Lc 16,19-31) para não se preocupar, pois ele está apenas dormindo.
Se os mortos estão dormindo, deve-se perguntar como Jesus se comunicava com eles durante sua transfiguração (Mt 17,3), como eles oferecem nossas preces a Deus (Ap 5,8), como eles clamam em alta voz em louvando a Deus (Ap 7,10), e como estas  almas estão dormindo e inconscientes  se gritam: " Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra?" (Ap 6,10). Essa é uma declaração bastante estranha para alguém dormindo! Aqueles que morreram estão mais vivos do que nós estamos, e nos rodeiam como uma grande nuvem de testemunhas:
“Desse modo, cercados como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, desvencilhemo-nos das cadeias do pecado. Corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus”. (Hb 12,1).

Resposta por:  Jason Evert (www.catholic.com)

Para saber mais indico o seguinte site:


O Catecismo da Igreja nos ensina que:

CRISTO DESCEU AOS INFERNOS

§632 – As freqüentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus “ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá  foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.

§633 – A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu, de os Infernos, o Sheol ou o Hades.  Visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no “seio de Abraão”. “São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos Infernos”. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido.

§634 – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a fase última da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta em sua significação real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, pois todos os que são salvos se tomaram participantes da Redenção.

§635 – Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25). Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).

Video sobre o assunto:


Tradução, adaptação e comentários: Cezar Martins Fiorio


Se voce tiver alguma pergunta deixe seu comentário e iremos analisar e publicar na proxima oportunidade.
Paz e Bem!

sábado, 16 de junho de 2012

"Perguntas e Respostas"


Hoje vamos começar um trabalho de respostas rápidas sobre vários temas, estarei utilizando como base o site www.catholic.com e traduzindo várias das respostas que a equipe de apologistas lá tem feito com tanta propriedade.
Aconselho um aprofundamento maior utilizando o CIC (Catecismo da Igreja Católica).
NOTA: Com a devida reverência, faço minhas as palavras do Doutor Angélico: "Eu espero nunca ter ensinado nenhuma verdade que não tenha aprendido de Vós. Se, por ignorância, fiz o contrário, eu revogo tudo e submeto todos meus escritos ao julgamento da Santa Igreja Romana"(Sto. Tomás de Aquino).
“Perguntas e Respostas” também esta aberto a suas perguntas, entre em contato.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Jovens? Sim Jesus quer voce! YOUCAT

Conheça o YouCat
Acesse tambem: http://www.catecismojovem.com.br/






Youcat é o catecismo para os jovens. É um verdadeiro presente de Papa Bento XVI para nós, jovens!

O Papa nos escreveu uma carta explicando o que é o youcat, “Hoje, aconselho-vos a leitura de um livro estraordinário”. A intenção é ”traduzir o Catecismo da Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no seu mundo”.

“O Cristianismo como tal não está superado? Pode-se ainda hoje racionalmente ser crente?” Precisamos de uma resposta coerente com a nossa fé para alcançarmos o coração do homem do nosso tempo, você que é jovem católico, com certeza já se deparou com questionamento, interiores e exteriores sobre a fé e é por isto que a Deus nos dá esse grande presente. “Portanto, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança!”

“ESPERO QUE MUITOS SE DEIXEM CATIVAR POR ESTE LIVRO”

E VOCÊ? COMO VOCÊ ACHA QUE ESTÁ A SUA FÉ? VOCÊ ACHA QUE PRECISA DE YOUCAT?

Confira as Palavras do Santo Padre, Papa Bento XVI sobre o Youcat:

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Queridos jovens amigos! Hoje aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário.

É extraordinário pelo seu conteúdo mas também pelo modo em que se formou, que desejo explicar-vos brevemente, para que se possa compreender a sua particularidade. Youcat teve origem, por assim dizer, de outra obra que remonta aos anos 80. Era um período difícil para a Igreja e para a sociedade mundial, durante o qual surgiu a necessidade de novas orientações para encontrar o caminho rumo ao futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e no mudado clima cultural, muitas pessoas já não sabiam correctamente no que os cristãos deveriam acreditar exactamente, o que a Igreja ensinava, se ela podia ensinar algo tout court e como tudo isto podia adaptar-se ao novo clima cultural.

O Cristianismo como tal não está superado? Pode-se ainda hoje racionalmente ser crente? Estas são as questões que muitos cristãos se formulam até nos nossos dias. O Papa João Paulo II optou então por uma decisão audaz: deliberou que os bispos do mundo inteiro escrevessem um livro com o qual responder a estas perguntas.

Ele confiou-me a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e de vigiar a fim de que das suas contribuições nascesse um livro – quero dizer, um livro verdadeiro e não uma simples justaposição de uma multiplicidade de textos. Este livro devia ter o título tradicional de Catecismo da Igreja Católica e todavia ser algo absolutamente estimulante e novo; devia mostrar no que a Igreja Católica crê hoje e de que maneira se pode acreditar de modo racional. Assustei-me com esta tarefa e devo confessar que duvidei que algo semelhante pudesse ter bom êxito. Como podia acontecer que autores espalhados pelo mundo pudessem produzir um livro legível?

Como podiam homens que vivem em continentes diversos, e não só sob o ponto de vista geográfico, mas inclusive intelectual e cultural, produzir um texto dotado de uma unidade interna e compreensível em todos os continentes?

A isto acrescentava-se o facto de que os bispos deviam escrever não simplesmente como autores individuais, mas em representação dos seus irmãos e das suas Igrejas locais.

Devo confessar que até hoje me parece um milagre o facto de que este projecto no final se realizou. Encontrámo-nos três ou quatro vezes por ano por uma semana e debatemos apaixonadamente sobre cada parte do texto, na medida em que se desenvolvia.

Como primeira atitude definimos a estrutura do livro: devia ser simples, para que cada grupo de autores pudesse receber uma tarefa clara e não forçar as suas afirmações num sistema complicado. É a mesma estrutura deste livro; ela é tirada simplesmente de uma experiência catequética de um século: o que cremos / de que modo celebramos os mistérios cristãos / de que maneira temos a vida em Cristo / de que forma devemos rezar. Não quero explicar aqui o modo como debatemos sobre a grande quantidade de questões, até chegar a compor um livro verdadeiro. Numa obra deste género são muitos os pontos discutíveis: tudo o que os homens fazem é insuficiente e pode ser melhorado, e não obstante, trata-se de um grande livro, um sinal de unidade na diversidade. A partir das muitas vozes pôde-se formar um coro porque tínhamos a comum partitura da fé, que a Igreja nos transmitiu desde os apostólos, através dos séculos até hoje.

Por que tudo isto?

Desde a redacção do CIC, tivemos que constatar que não só os continentes e as culturas das suas populações são diferentes, mas também no âmbito de cada sociedade existem diversos “continentes”: o trabalhador tem uma mentalidade diferente do camponês; um físico de um filólogo; um empresário de um jornalista, um jovem de um idoso. Por este motivo, na linguagem e no pensamento, tivemos que nos colocar acima de todas estas diferenças e, por assim dizer, buscar um espaço comum entre os diferentes universos mentais; com isto tornamo-nos cada vez mais conscientes do modo como o texto exigia algumas “traduções” nos diversos mundos, para poder alcançar as pessoas com as suas mentalidades diferentes e várias problemáticas.

 DESDE ENTÃO, NAS JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE (ROMA, TORONTO, COLÓNIA, SYDNEY) REUNIRAM-SE JOVENS DE TODO O MUNDO QUE QUEREM ACREDITAR, QUE ESTÃO EM BUSCA DE DEUS, QUE AMAM CRISTO E DESEJAM CAMINHOS COMUNS. NESTE CONTEXTO PERGUNTÁMO-NOS SE NÃO DEVERÍAMOS TRADUZIR O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA NA LÍNGUA DOS JOVENS E FAZER PENETRAR AS SUAS PALAVRAS NO SEU MUNDO. NATURALMENTE, TAMBÉM ENTRE OS JOVENS DE HOJE EXISTEM MUITAS DIFERENÇAS; ASSIM, SOB A COMPROVADA GUIA DO ARCEBISPO DE VIENA, CHRISTOPH SCHÖNBORN, FORMOU-SE UM YOUCAT PARA OS JOVENS.

ESPERO QUE MUITOS SE DEIXEM CATIVAR POR ESTE LIVRO.

ALGUMAS PESSOAS DIZEM-ME QUE O CATECISMO NÃO INTERESSA À JUVENTUDE MODERNA; MAS NÃO ACREDITO NESTA AFIRMAÇÃO E ESTOU CERTO DE QUE TENHO RAZÃO. A JUVENTUDE NÃO É TÃO SUPERFICIAL COMO É ACUSADA DE O SER; OS JOVENS QUEREM SABER DEVERAS NO QUE CONSISTE A VIDA. UM ROMANCE POLICIAL É EMPOLGANTE PORQUE NOS ENVOLVE NO DESTINO DE OUTRAS PESSOAS, MAS QUE PODERIA SER TAMBÉM O NOSSO; ESTE LIVRO É CATIVANTE PORQUE NOS FALA DO NOSSO PRÓPRIO DESTINO E PORTANTO REFERE-SE DE PERTO A CADA UM DE NÓS.

POR ISSO, EXORTO-VOS: ESTUDAI O CATECISMO! ESTES SÃO OS MEUS VOTOS DE CORAÇÃO.ESTE SUBSÍDIO AO CATECISMO NÃO VOS ADULA; NÃO OFERECE FÁCEIS SOLUÇÕES; EXIGE UMA NOVA VIDA DA VOSSA PARTE; APRESENTA-VOS A MENSAGEM DO EVANGELHO COMO A “PÉROLA DE GRANDE VALOR” (MT 13, 45) PELA QUAL É PRECISO DAR TUDO.

PORTANTO, PEÇO-VOS: ESTUDAI O CATECISMO COM PAIXÃO E PERSEVERANÇA! SACRIFICAI O VOSSO TEMPO POR ELE! ESTUDAI-O NO SILÊNCIO DO VOSSO QUARTO, LEDE-O EM DOIS, SE SOIS AMIGOS, FORMAI GRUPOS E REDES DE ESTUDO, TROCAI IDEIAS NA INTERNET. PERMANECEI DE QUALQUER MODO EM DIÁLOGO SOBRE A VOSSA FÉ! DEVEIS CONHECER AQUILO EM QUE CREDES; DEVEIS CONHECER A VOSSA FÉ COM A MESMA EXACTIDÃO COM A QUAL UM PERITO DE INFORMÁTICA CONHECE O SISTEMA OPERATIVO DE UM COMPUTADOR; DEVEIS CONHECÊ-LA COMO UM MÚSICO CONHECE A SUA PEÇA; SIM, DEVEIS SER MUITO MAIS PROFUNDAMENTE RADICADOS NA FÉ DO QUE A GERAÇÃO DOS VOSSOS PAIS, PARA PODER RESISTIR COM FORÇA E DECISÃO AOS DESAFIOS E ÀS TENTAÇÕES DESTE TEMPO. TENDES NECESSIDADE DA AJUDA DIVINA, SE A VOSSA FÉ NÃO QUISER ESGOTAR-SE COMO UMA GOTA DE ORVALHO AO SOL, SE NÃO QUISERDES CEDER ÀS TENTAÇÕES DO CONSUMISMO, SE NÃO QUISERDES QUE O VOSSO AMOR AFOGUE NA PORNOGRAFIA, SE NÃO QUISERDES TRAIR OS DÉBEIS E AS VÍTIMAS DE ABUSOS E VIOLÊNCIA.

Se vos dedicardes com paixão ao estudo do catecismo, gostaria de vos dar ainda um último conselho: sabei todos de que modo a comunidade dos fiéis recentemente foi ferida por ataques do mal, pela penetração do pecado no seu interior, aliás, no coração da Igreja. Não tomeis isto como pretexto para fugir da presença de Deus; vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor a esta Igreja todas as vezes que os homens obscurecerem o seu rosto. “Sede diligentes, sem fraqueza, fervorosos de espírito, dedicados ao serviço do Senhor” (Rm 12, 11).

Quando Israel se encontrava no ponto mais obscuro da sua história, Deus chamou em seu socorro não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias; ele sentiu-se chamado a uma missão demasiado grande: “Ah! Senhor Javé, não sou um orador, porque sou ainda muito novo!” (Jr 1, 6). Mas Deus replicou: “Não digas: sou ainda muito novo – porquanto irás aonde Eu te enviar, e dirás o que Eu te mandar” (Jr 1, 7).

Abençoo-vos e rezo cada dia por todos vós.

BENTO PP. XVI

Onde comprar o YouCat
http://www.paulus.com.br/youcat-catecismo-jovem-da-igreja-catolica_p_2766.html

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A união com Deus não afasta do mundo


A união com Deus não afasta do mundo

Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 13 de junho de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos a seguir a catequese do Papa Bento XVI realizada durante a Audiência Geral desta manhã de quarta-feira, dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos na Sala Paulo VI.

A contemplação e a força da oração (2Cor 12, 1-10)

Queridos irmãos e irmãs,

O encontro cotidiano com o Senhor e a frequência aos Sacramentos permitem abrir nossa mente e o nosso coração para Sua presença, a Sua palavra, a Sua ação. A oração não é somente o respiro da alma, mas para usar uma imagem, é também o oásis de paz no qual podemos tirar a água que alimenta nossa vida espiritual e transforma a nossa existência.  E Deus nos atraia para si, nos faz subir o monte da santidade, porque estamos sempre mais próximos a Ele, oferecendo-nos, ao longo do caminho, luzes e consolações. Esta é a experiência pessoal a qual São Paulo faz referência no capítulo 12 da Segunda Carta aos Coríntios, sobre a qual desejo deter-me hoje. Diante de quem contesta a legitimidade do seu apostolado, ele não enumera as diversas comunidades que fundou, os quilômetros que percorreu; não se limita a recordar as dificuldades e as oposições que enfrentou para anunciar o Evangelho, mas indica seu relacionamento com o Senhor, um relacionamento tão intenso caracterizado também por momentos de êxtase e contemplação profunda (cfr 2 Cor 12,1); então ele não se vangloria daquilo que fez, da sua força, das suas atividades e sucessos, mas se vangloria das ações que Deus fez nele e por meio dele. 
Com grande pudor, ele conta, de fato, o momento no qual viveu a experiência particular de ser raptado ao Céu de Deus. Ele recorda que quatorze anos antes do envio da Carta “foi arrebatado – assim diz – até o terceiro céu” (v. 2). Com linguagem e modos de quem conta aquilo que não se pode contar, São Paulo fala daquele fato até  em terceira pessoa; afirma que um homem foi raptado até o “jardim” de Deus, o paraíso.  A contemplação é tão profunda e intensa que o Apóstolo não recorda nem mesmo os conteúdos da revelação recebida, mas tem bem presente a data e as circunstâncias na qual o Senhor o agarrou totalmente, o atraiu para Si, como fez na estrada de Damasco no momento de sua conversão (cfr Fil 3,12).

São Paulo continua dizendo que exatamente para não subir a soberba pela grandeza das revelações recebidas, ele carrega consigo um “espinho”(2 Cor 12,7), um sofrimento, e suplica com força ao Ressuscitado para ser liberto do convite do maligno, deste espinho doloroso na carne. Por três vezes – relata – rezou insistentemente ao Senhor para afastar esta prova. E é nesta situação que, na contemplação profunda de Deus, durante a qual “ouviu palavras afáveis, que não é permitido a nenhum homem repetir” (v. 4), recebe a resposta a sua súplica. O Ressuscitado lhe dirige uma palavra clara e reconfortante: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (v. 9).

O comentário de Paulo sobre estas palavras pode deixar-nos surpresos, mas revela como ele compreendeu o que significa ser verdadeiramente apóstolo do Evangelho. Exclama, de fato, assim: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor a Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” (vv. 9b-10), isto é não se vangloria das suas ações, mas das atividades de Cristo que age exatamente em suas fraquezas.  Detemo-nos, agora, um momento sobre este fato acontecido durante os anosem que São Pauloviveu no silêncio e na contemplação, antes de começar a percorrer o Ocidente para anunciar Cristo; porque esta atitude de profunda humildade e confiança diante das manifestações de Deus é fundamental também para nossa oração e para nossa vida, para nossa relação com Deus e com as nossas fraquezas. 

Antes de tudo, de quais fraquezas fala o Apóstolo? O que é este “espinho” na carne? Não sabemos e não nos diz, mas sua atitude faz compreender que cada dificuldade no seguimento de Cristo e no testemunho do Seu Evangelho pode ser superada abrindo-se com confiança às ações do Senhor.  São Paulo é bem consciente de ser um “servo inútil” (Lc 17,10) – não foi ele que me fez coisas grandes, foi o Senhor –, um “vaso de barro” (2 Cor 4,7), no qual Deus põe a riqueza e a potência de Sua Graça. Neste momento de intensa oração contemplativa, São Paulo compreende com clareza como enfrentar e viver cada evento, sobretudo o sofrimento, a dificuldade, a perseguição: no momento em que experimenta a própria fraqueza, se manifesta a potência de Deus, que não abandona, não deixa sozinho, mas torna-se sustento e força.  Claro, Paulo teria preferido ser liberto deste “espinho”, deste sofrimento; mas Deus diz: “Não, isto é necessário para ti. Terás graça suficiente para resistir e para fazer aquilo que deve ser feito. Isso vale também para nós. O Senhor não nos liberta dos males, mas nos ajuda a amadurecer nos sofrimentos, nas dificuldades, nas perseguições. A fé, então, nos diz que, se permanecemos em Deus “ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se dia após dia, juntamente nas provas” (cfr v. 16). O Apóstolo comunica aos cristãos de Coríntios e também a nós que “a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável” (v. 17). Na realidade, humanamente falando, não era pouco o peso das dificuldades, era gravíssimo, mas em contrapartida com o amor de Deus, com a grandeza de ser amado por Deus, parece leve, sabendo que a quantidade da glória será imensurável. Então, na medida em que cresce nossa união com o Senhor, e intensifica-se a nossa oração, também nós caminhamos para o essencial e compreendemos que não é a potência dos nossos meios, das nossas virtudes, das nossas capacidades que realiza o Reino de Deus, mas é Deus que opera maravilhas justamente através da nossa fraqueza, da nossa inadequação à atribuição.  Devemos, então, ter a humildade de não confiar simplesmente em nós mesmos, mas de trabalhar, com a ajuda do Senhor, na vinha do Senhor, confiando-nos a Ele como frágeis “vasos de barro”.

São Paulo faz referência a duas particulares revelações que mudaram radicalmente sua vida. A primeira – sabemos – é a pergunta feita sobre a estrada de Damasco: “Saulo, Saulo, porque me persegues? (At 9,4), pergunta que o levou a entender e encontrar Cristo vivo e presente, e a ouvir seu chamado a ser apóstolo do Evangelho. A segunda são palavras que o Senhor lhe dirigiu na experiência da oração contemplativa sobre a qual estamos refletindo “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força”. Somente a fé, a confiança nas ações de Deus, na bondade de Deus que não nos abandona, é que a garantia de não trabalhar em vão.  Assim, a Graça do Senhor foi a força que acompanhou São Paulo nos imensos esforços para difundir o Evangelho e o seu coração entrou no coração de Cristo, tornando capaz de conduzir os outros em direção Àquele que morreu e ressuscitou por nós.

Na oração, nós abrimos, então, a nossa alma ao Senhor a fim que Ele venha habitar em nossa fraqueza, transformando-a em força para o Evangelho. E é rico de significado também do verbo grego com o qual Paulo descreve esta moradia do Senhor em sua frágil humanidade; usa episkenoo, que podemos entender como “montar a própria tenda”. O Senhor continua a montar Sua tenda em nós, em meio a nós: é o Mistério da Encarnação. O mesmo Verbo divino, que veio habitar em nossa humanidade, quer habitar em nós, montarem nós Suatenda, para iluminar e transformar a nossa vida e o mundo.

A intensa contemplação de Deus experimentada por São Paulo faz referência àquela dos discípulos no Monte Tabor, quando vendo Jesus transfigurar-se e resplandecer de luz, Pedro lhe diz: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outras para Elias” (Mc 9,5). “Não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados”, acrescenta São Marcos (v. 6). Contemplar o Senhor é, ao mesmo tempo, fascinante e tremendo: fascinante porque Ele nos atrai para si e rouba nosso coração em direção ao alto, levando-o à sua altura onde experimentamos a paz, a beleza do Seu amor; tremendo porque expõe a nossa fragilidade humana, nossa inadequação, o esforço de vencer o Maligno que ameaça nossas vidas, aquele espinho ainda preso em nossa carne.  Na oração, na contemplação cotidiana do Senhor, nós recebemos a força do amor de Deus e sentimos que são verdadeiras as palavras de São Paulo aos cristãos de Roma, onde escreveu: “Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunhaem Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,38-39).

Num mundo em que corremos o risco de confiar somente na eficiência e na potência dos meios humanos, neste mundo somos chamados a redescobrir e testemunhar a potência de Deus comunicada na oração, com a qual crescemos cada dia no conformar a nossa vida àquela de Cristo, o qual – como afirma – “foi crucificado por fraqueza, mas está vivi pelo poder de Deus.Também nós somos fracos nele, mas com ele vivemos, pelo poder de Deus para atuar entre nós” (2 Cor 13,4).

Queridos amigos, no século passado, Albert Schweitzer, teólogo protestante e prêmio Nobel da paz, afirmou que “Paulo é um místico e nada mais que um místico”, isto é um homem realmente apaixonado por Cristo e assim unido a Ele, para poder dizer: Cristo vive em mim. A mística de São Paulo não é fundamentada apenas nos eventos excepcionais por ele vividos, mas também no cotidiano e intenso relacionamento com o Senhor que sempre o sustentou com Sua Graça. A mística não o afastou da realidade, ao contrário, lhe deu força para viver cada dia por Cristo e para construir a Igreja até o fim do mundo daquele tempo. A união com Deus não afasta do mundo, mas nos dá a força para permanecer realmente no mundo, para fazer aquilo que deve ser feito no mundo.  Também em nossa vida de oração podemos, então, ter momentos de particular intensidade, talvez, no qual sentimos mais viva a presença do Senhor, mas é importante a constância, a fidelidade no relacionamento com Deus, sobretudo nas situações de aridez, de dificuldade, de sofrimento, de aparente ausência de Deus. Somente se somos apreendidos pelo amor de Cristo, seremos capazes de enfrentar qualquer adversidade, como Paulo, convencidos de que tudo podemos Naquele que nos fortalece (cfr Fil 4,13).  Então, quanto mais damos espaço à oração, mais veremos que a nossa vida se transformará e será animada pela força concreta do amor de Deus. Assim aconteceu, por exemplo, com a beata Madre Teresa de Calcutá, que na contemplação de Jesus e mesmo em tempo de longa aridez, encontrava a razão e a força inacreditável para reconhecê-Lo nos pobres e nos abandonados, apesar de sua frágil figura. 
A contemplação de Cristo na nossa vida não nos aliena – como já disse – da realidade, mas nos torna ainda mais participantes das questões humanas, porque o Senhor, atraindo-nos para si na oração, nos permite fazer-nos presentes e próximos de cada irmão no seu amor. Obrigado.

(Tradução:MEM)

Santo Antônio e o milagre eucarístico de Rimini

Santo Antônio e o milagre eucarístico de Rimini
A narração de um dos milagres mais significativos do Santo, por ocasião da celebração da sua memória litúrgica de hoje

Por Salvatore Cernuzio

ROMA, quarta-feira, 13 de junho de 2012 (ZENIT.org) – “Santo dos Milagres”, assim era chamado Santo Antonio de Pádua, que hoje celebramos a memória litúrgica.
De fato, foram muitos os prodígios que o Santo realizou ao longo da sua vida. Particularmente, a tradição nos deu a conhecer o famoso “milagre eucarístico de Rimini”, ou o assim chamado milagre “da mula”, acontecido na capital da Romanha e atribuído à sua intercessão.
Na sua intensa atividade de evangelização, santo Antonio foi ativo em Rimini por volta do 1223 e foi justo neste período que o milagre foi narrado em vários livros históricos – entre os quais a Begninitas, uma das primeiras fontes sobre a vida do santo – que narram episódios análogos acontecidos também em Tolosa e em Bourges.
O episódio está relacionado com a luta entre cristãos e hereges: nos primeiros séculos após o ano Mil, de fato, a hierarquia da Igreja era fortemente contestada por movimentos heterodoxos, incluindo os cátaros, patarines e valdenses. Especialmente, estes atacavam a verdade fundamental da fé católica: a presença real do Senhor no sacramento da Eucaristia.
O Milagre Eucarístico foi obrado por Santo Antonio depois que um certo Bonovillo, um herege, o desafiou a provar por meio de um milagre a presença real do Corpo de Cristo na comunhão. Outra biografia antiga de Santo Antônio – A  Assídua – traz as palavras exatas faladas por Bonovillo no 'desafio': 
"Irmão! Digo-te diante de todos: acreditarei na Eucaristia se a minha mula, que deixarei sem comer por três dias, comer a Hóstia que tu lhe oferecerás, em vez da forragem que lhe darei”.
Se o animal tivesse, portanto, deixado de lado a comida e ido adorar o Deus pregado por Santo Antônio, o herege ter-se-ia convertido.
O encontro foi marcado na Praça Grande (Atual Praça dos Três Mártires), atraindo uma multidão enorme de curiosos. No dia combinado, portanto, Bonovillo apareceu com a mula e com a cesta de Forragem. Chegou Santo Antônio que, depois de ter celebrado a Missa, trouxe em procissão a Hóstia consagrada dentro do ostensório até a praça.
Diante da mula, o Santo teria dito: 
“Em virtude e em nome do Criador, que eu, por mais indigno que seja, tenho realmente nas mãos, te digo, ó animal, e te ordeno que te aproximes rapidamente com humildade e o adores com a devida veneração”.
O animal, apesar de estar esgotado pela fome, deixou de lado o feno, e aproximou-se para adorar a hóstia consagrada a tal ponto que inclinou os joelhos e a cabeça, provocando a admiração e o entusiasmo dos presentes. Antonio não se enganou ao julgar a lealdade do seu oponente, que, ao ver o milagre, jogou-se aos seus pés e abjurou publicamente os seus erros, tornando-se a partir daquele dia um dos mais fervorosos cooperadores do Santo taumaturgo.

Em memória deste episódio foi construído, na praça Três Mártires, uma igrejinha dedicada a Santo Antonio com uma capela que fica na frente, obra de Bramante (1518). A capela, no entanto, foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial.
Hoje, então, é possível visitar, do lado do Santuário de São Francisco de Paula, o “templete” – como é chamado pelos habitantes de Rimini – em substituição da Igreja originária, que foi consagrada no dia 13 de abril de 1963.
Com um tabernáculo de prata dourado que reproduz o pequeno templo exterior, e de um frontal de altar de bronze mostrando o milagre da mula, a igrejinha tornou-se sede da Adoração Eucarística perpétua a partir do 28 de novembro de 1965, por vontade do bispo Biancheri.
Historicamente o milagre da mula apareceu um pouco tarde na iconografia de Santo Antônio, no âmbito do movimento eucarístico do século XIII que levou, em 1264, à instituição da festa solene do Corpus Domini pelo Papa Urbano IV, a fim de defender e dar o justo valor à Eucaristia.

[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]

Palavras de Fé


"Pelo Amor, o ser humano chega a ser pela graça o que Deus é por natureza".

Bento XVI

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sede o que vedes, e recebei o que sois



«Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» (1Co 10,17). Se compreenderdes estas palavras, estareis na alegria: unidade, verdade, piedade, caridade! «Um só pão»: Quem é este pão único? «Um só corpo, nós que somos multidão». Lembrai-vos de que não se faz pão com um grão apenas, mas com muitos. Sede o que vedes, e recebei o que sois. 

[Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Agostinho (354-430)
Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja - Sermão 272]