terça-feira, 6 de maio de 2014

Por que me tornei católico romano – ou uma Carta a Nathaniel

Por que me tornei católico romano – ou uma Carta a Nathaniel


Meu querido Nathaniel,

Hoje é dia 23/07/2013. Enquanto escrevo essas linhas ainda te encontras no ventre de tua mãe, Camila. Tu, meu filho, és um dos grandes eventos deste ano de 2013. Te esperamos com anseio e alegria, já crendo que o Senhor te fizeste um profeta de sua graça para este país. Meu desejo é que não te demores, mas, por outro lado, que fiques o tempo necessário da gestação, pois tua saúde é mais importante.

O segundo grande evento, meu filho, é que depois de muito estudar, pensar, refletir e pesar na balança da consciência, papai decidiu não resistir mais à graça de Deus e deixou de ser protestante, tornando-se assim Católico Romano. Sei que nada sabes da repercussão que uma decisão destas acarreta e que nascerás no mesmo lar cheio de amor e da presença de Deus, mas encontrarás fatos novos, concepções diferentes das que antes teu pai possuía.

É como se agora chegasse a plenitude da vida religiosa de teu pai, meu filho. Não participo mais de uma realidade incompleta e insuficiente da fé cristã. Agora tudo está completo. O banquete do Cordeiro não é só um memorial, mas é a presença real de Cristo. As autoridades constituídas por Deus, por meio de Cristo e dos apóstolos, encontram sua sucessão no Santo Padre Francisco e nos bispos espalhados pelo mundo inteiro. Descobrirás que tens um enorme número de irmãos que já estão santificados no seio de Deus Pai, aquela nuvem de testemunhas de Hebreus 11, que nós aqui chamamos de “santos” e que são por nós venerados, porém nunca adorados. Enfim, encontrarás vários elementos genuínos da fé cristã que foi crida e desenvolvida ao longo de 2000 anos de igreja e dela farás parte. Não anseio somente pelo teu nascimento físico, mas pelo teu nascimento espiritual por meio do batismo. Sim, filho, papai realmente se tornou católico.

Descobrirás que és filho de um homem que seguiu o mesmo caminho de John Henry Newman, G. K. Chesterton, Scott Hahn e tantos outros. Como eles, papai foi chamado de traidor, herege ou de incrédulo por seus irmãos protestantes, e pela nossa nova família na fé, a Igreja Católica, provavelmente seremos tomados por estranhos. O que é normal dado o percurso percorrido. Mas nada na vida é unanimidade, meu filho, exceto o amor de Deus por nós e o amor que eu e tua mãe temos por ti e por teus irmãos.

Então, tenha coragem, o futuro muito nos promete com a graça de Deus.

Como te disse, não demores, estamos à tua espera.

Do teu pai, que te ama.

G.

Gustavo Abadie, em http://www.ocampones.com/?p=8245