segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O novo cura d’Ars da Marselha agnóstica multiplica os fiéis em um bairro islâmico

O novo cura d’Ars da Marselha agnóstica multiplica os fiéis em um bairro islâmico


Revolucionou a igreja francesa: pegou uma paróquia do centro de Marselha que ia ser fechada e agora não para de batizar adultos.

Javier Lozano/ReL.

“Trazer tantas almas para Deus quanto seja possível”. O padre Michel Marie Zanotti Sorkine levou a sério esta frase que se tornou o seu principal objetivo como sacerdote.

Assim o faz depois de ter transformado uma igreja que estava para ser encerrada e demolida na paróquia com mais vida de Marselha. Seu mérito é ainda maior pelo fato de o templo estar situado em um bairro com uma enorme presença de muçulmanos em uma cidade onde menos de 1% da população é católica praticante.

Era músico de sucesso
A chave para este sacerdote que anteriormente fora músico de sucesso em diversos cabarés de Paris e Montecarlo é a “presença”; tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas de sua igreja estão todos os dias totalmente abertas e ele se veste com batina, porque “todos, cristãos ou não, têm o direito de ver um sacerdote fora da igreja”.

De 50 paroquianos por Missa a 700
Seu balanço é impressionante. Quando chegou em 2004 à paróquia de São Vicente de Paulo do centro de Marselha a igreja permanecia fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta. A esta missa compareciam apenas 50 pessoas.

Como ele próprio conta, a primeira coisa que fez foi abrir o templo todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja permanece aberta quase o dia todo e faltam cadeiras extras para acomodar os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e o número é ainda maior nas grandes festas. Quase 200 adultos foram batizados desde que chegou, 34 nesta última Páscoa. Tornou-se um fenômeno de massas não apenas em Marselha, mas também em toda França, com reportagens da mídia de todo o país, atraída pela quantidade de conversões.

O novo cura d’Ars da Marselha agnóstica
Uma das principais iniciativas do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir tal afluência de pessoas de todas as idades e condições é a confissão. Antes da abertura do templo, às 8 da manhã, já há pessoas esperando na porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselhos a este sacerdote francês.

Como relatam seus paroquianos, o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não estiver lá, pode ser encontrado vagando por seus corredores ou na sacristia, pois sabe da necessidade de que os sacerdotes estejam sempre visíveis e próximos para sair em socorro de todo aquele que necessitar.

A igreja sempre aberta
Outra característica sua bastante destacada é a de ter o templo permanentemente aberto. Isto gerou críticas por parte de sacerdotes de sua diocese, mas ele afirma que a missão da paróquia é “permitir e facilitar o encontro do homem com Deus” e o padre não pode ser um impedimento.

O templo deve favorecer o nexo com Deus
Em uma entrevista televisiva afirmava resolutamente que “se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor; que tudo que oferecemos acabou. Ao passo que enquanto a igreja está o dia inteiro aberta, as pessoas vêm. Praticamente nunca tivemos problemas com roubos. Há pessoas que rezam e garanto que esta igreja se transforma em um instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus”.

Era a última oportunidade para salvar a paróquia
O bispo enviou-o a esta paróquia como última oportunidade para salvá-la e o padre levou bastante a sério a recomendação de abrir as portas. “Há cinco portas sempre abertas e assim todo mundo poder ver a beleza da casa de Deus”. 90.000 carros e milhares de transeuntes e turistas encontram a igreja aberta e com os sacerdotes às vistas. Este é o seu método: a presença de Deus e de seu povo no mundo secularizado.

A importância da liturgia e da limpeza
E aqui chegamos a outro ponto-chave para este sacerdote. Tendo acabado de chegar e com a ajuda de um grupo de leigos, renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo pelo qual as pessoas optam por voltar à igreja. “Como querer que alguém creia que Cristo vive em um lugar se não estiver tudo impecável? É impossível”.

Por isso, as toalhas do altar e do Sacrário têm um branco imaculado. “O detalhe é que faz a diferença. Com o trabalho bem feito, damo-nos conta do amor que manifestamos aos seres e às coisas”. E assegura de modo taxativo: “Creio que quando se penetra em uma igreja onde não está tudo impecável é impossível crer na Presença gloriosa de Jesus”.

A liturgia torna-se o ponto central de seu ministério e muitas pessoas foram atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucarística. “Esta é a beleza que conduz a Deus”, afirma.

As missas estão sempre cheias e nelas há procissões solenes, incenso, cânticos cuidados... Tudo feito detalhadamente. “Tenho um cuidado especial na celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da Presença”. “Não se concebe a vida espiritual sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor por Maria”, razão pela qual introduziu a adoração e a récita diária do Rosário dirigida por estudantes e jovens.

Seus sermões são também bastante esperados. Aliás, seus paroquianos têm acesso a eles através da internet. Neles o padre sempre chama à conversão, pela salvação do homem. Em sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje “é talvez uma das principais causas da indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo”. Antes de tudo deve-se ter clareza na mensagem evangélica. Por isso adverte-nos contra a frase tão batida que diz “todos vamos para o Céu”. Esta é para ele “outra canção que pode nos enganar”, pois se deve lutar, começando pelo sacerdote, para se chegar ao Paraíso.

O cura de batina
Se existe algo que distingue este alto sacerdote em um bairro de maioria muçulmana, é a sua batina, que sempre veste, e o rosário entre as mãos. Para ele é essencial que o padre possa ser distinguido entre as pessoas. “Todos os homens, começando por aquele que cruza o umbral da igreja, têm o direito de se reunir com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que nossa visão deve tornar-se tangível e eficaz para permitir esta reunião”.

Deste modo, para o padre Michel, o sacerdote o é 24 horas por dia. “O serviço deve ser permanente. Que pensaria você de um marido que, em seu caminho para o escritório pela manhã, tirasse sua aliança?”.

Neste aspecto é muito insistente: “quanto àqueles que dizem que o hábito cria distância, deve-se dizer que não conhecem o coração dos pobres, para os quais, o que se vê diz mais que o que se diz”.

Por último recorda um detalhe importante. A primeira coisa que os regimes comunistas faziam era eliminar o hábito eclesiástico, sabendo da importância da comunicação da fé. “Isto merece a atenção da igreja da França”, afirma.

No entanto, sua missão não é desenvolvida unicamente no interior do templo, pois ele também é um personagem conhecido em todo o bairro, até mesmo pelos muçulmanos. Toma café da manhã nos cafés do bairro; ali fala e se reúne com os fiéis e com as pessoas não praticantes. Chama-o de sua pequena capela. Assim conseguiu que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia e transformaram esta igreja de São Vicente de Paulo em uma paróquia totalmente ressuscitada.

Uma vida peculiar: cantor de cabarés
A vida do padre Michel Marie sempre esteve em movimento. Nasceu em 1959 e tem raízes russas, italianas e corsas. Aos 13 anos perdeu sua mãe, o que lhe causou uma “ruptura devastadora” e o fez unir-se ainda mais à Virgem Maria.

Por ter um grande talento musical, compensou a perda de sua mãe com a música. Em 1977, após ser convidado a tocar no café Paris de Montecarlo, mudou para a capital onde começou sua carreira de compositor e músico de cabarés. Todavia a chamada de Deus era mais forte e em 1988 entrou para a ordem dominicana por causa de sua devoção a São Domingos. Esteve com eles por quatro anos, quando, diante do fascínio por São Maximiliano Kolbe, passou para a ordem franciscana, onde também permaneceu por quatro anos.

Foi em 1999 que foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além de músico, agora dedicado a Deus, também é escritor de sucesso, com seis livros publicados, e poeta.

Tradução: William Bottazzini
Texto original: http://www.religionenlibertad.com/articulo.asp?idarticulo=25434.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Fé de jovens católicos surpreende jornais americanos

Fé de jovens católicos surpreende jornais americanos



A imprensa americana teve de ceder. Diante da estrondosa demonstração de fé e civilidade dos milhares de jovens que participaram da recente "Marcha pela Vida" - considerada a maior de toda a história dos EUA - os jornais do país não tiverem outra alternativa, senão reconhecer a ascensão da Igreja Católica no meio da juventude. Um duro golpe para o establishmentesquerdista e anti-cristão que trabalhou durante anos para perverter o senso crítico das gerações mais jovens e que agora é obrigado a assistir a desastrosa derrocada de suas pretensões.

A confirmação vem por meio de um artigo do professor de Ciência Política da Universidade Michigan, Michael J. New, publicado na versão eletrônica da revista National Review. Comentando a cobertura da mídia dada à Marcha pela Vida, o professor descreve a preocupação do movimento abortista em relação à falta de jovens interessados pelo assunto. "Com poucas exceções, a grande mídia parece estar muito pessimista em relação ao movimento pró-escolha", afirmou New.

Apesar da alegria dos abortistas pela eleição de Obama, Michael New declara que isso não foi o suficiente para acabar com o negativismo quanto à causa do aborto. Citando matérias publicadas pelos jornais The New York Times e The Washington Post, o cientista político ressalta que mesmo a famosa feminista Nancy Keenan desabafou, recentemente, seu temor quanto ao futuro dos grupos pró-aborto.


Na mesma linha, a editora do site altcatholicah.com, Ashley McGuire, fez interessantes declarações sobre o crescimento da juventude católica, num artigo publicado no reconhecido jornal esquerdista, The Washington Post. Surpreendida com a quantidade de jovens presentes em algumas Missas que frequentara e em palestras de notáveis conservadores, Ashley McGuire explicou que a adesão desses novos jovens à fé católica não é simplesmente uma moda, mas sim um 'Grande Despertar Católico', "é o renascer da ortodoxia católica no meio dos jovens na Igreja Católica".

Ashley McGuire, 26 anos, é uma jovem escritora que se convertou ao catolicismo há apenas cinco anos. Desde então, a moça tem trabalhado intensamente através de seu blog,altcatholicah.com - um site de cunho conservador dedicado especialmente às mulheres - para tornar mais conhecida e atrativa a doutrina da Igreja quanto à "paternidade responsável". McGuire conta que sua paixão pela Igreja Católica tornou-se maior quando ela finalmente percebeu que os ensinamentos católicos eram os únicos realmente sólidos e com bases milenares. "Alguns católicos, como eu, nos convertemos do protestantismo, ao perceber que a única instituição no mundo que se manteve firme através dos milênios nos assuntos mais importantes da época foi a Igreja Católica", declarou McGuire.

McGuire atribui esse despertar católico no meio da juventude ao sufocamento das gerações anteriores pelas teses liberais e promíscuas. "Nós nascemos num mundo em que milhões de bebês eram abortados a cada ano, onde incontáveis outras crianças que não nasceram estão congeladas em laboratórios para experiências, onde se fala que o gênero é uma opção e que o casamento é amorfo e solúvel. Herdamos o inferno na terra. E achamos que era demais.", frisou a jovem, que também faz parte da Catholic Association nos Estados Unidos.


Ashley McGuire ressalta em seu artigo que a nova geração de jovens católicos também é extremamente solícita e aberta às orientações do Papa Bento XVI. Além disso, os novos seminaristas e religiosas estão cada vez mais interessados nas práticas tradicionais da fé católica ao passo que, enquanto notáveis conventos progressistas estão definhando, as vocações dos institutos conservadores nunca cresceram tanto como agora. "Nós queremos menos oba-oba e mais Panis Angelicus", resume a jovem. Sobre a juventude que participou da Marcha pela Vida, Macguire observa que a grande mensagem deles na verdade era esta:"Tome nota. Nós somos o futuro. E nós estamos pegando fogo por Jesus Cristo e por sua Igreja".

Testemunhos como esse de Ashley McGuire, a Marcha pela Vida realizada nos Estados Unidos e tantos outros movimentos jovens da Igreja, sobretudo a Jornada Mundial da Juventude, nos dão um alento de esperança e coragem quanto às próximas gerações. E mostram que, mesmo com movimentos contrários, a Igreja Católica vive e tem futuro. Além disso, está disposta a corresponder ao chamado de Jesus Cristo, Aquele que veio para "lançar fogo no mundo" (Lc 12, 49). Dizia o escritor G.K. Chesterton que "somente a ortodoxia católica faz o homem feliz: é como os muros postos ao redor de um precipício onde pode brincar uma porção de crianças". Os jovens, finalmente, começaram a descobrir esses muros.

Fonte:http://padrepauloricardo.org