domingo, 23 de março de 2014

Pastor pentecostal mais influente da Suécia e sua esposa anunciam sua conversão a Igreja Católica



É estatisticamente difícil para um sueco ter um amigo católico: os católicos são apenas 1,5% de toda população e muitos deles imigrantes. Mais difícil ainda para um sueco fervoroso e pentecostal (uma minoria que chega a 200.000 pessoas em um país de luteranos meramente de nome) encontrar um católico também fervoroso e pentecostal. A menos que um seja pastor, tenha inquietudes, que viaja e leia.
Este foi o caso do pastor Ulf Ekman e sua esposa Birgitta, que neste domingo 9 de março surpreenderam toda a sua congregação pentecostal que eles mesmos fundaram fazem 30 anos, com o anuncio diante de todos no momento do sermão que eles iriam se tornar católicos. (neste link com dublagem em inglês veja o momento do anuncio a partir do minuto 7:30). 

E as razões foram...

Ekman tomou a palavra e leu suas razões:

« Temos visto [na Igreja Católica] um grande amor por Jesus e uma sã teologia, fundamentada na Bíblia e em seus dogmas clássico.
- Temos experimentado a riqueza da vida sacramental.
- Temos visto a lógica em ter uma estrutura sólida no sacerdócio, que manteve a fé da Igreja e que a transmitiu de geração em geração.
- Temos encontrado a força ética e moral e uma coerência que pode confrontar a opinião geral e uma tendencia bondosa para com os pobres e os mais necessitados.
- E, por último porém não menos importante, temos estado em contato com os representantes de milhares de católicos carismáticos e temos visto sua fé viva»


Local da Livets Ord (Palavra da Vida), a Igreja fundada por Ulf Ekman e dirigida por ele por quase 30 anos, cada domingo com cerca de 3.000 fies.

Influente na Suécia e em toda Escandinávia.

Ulf Elman é um pastor carismático, o pentecostal mais influente de toda a Suécia moderna.
Stefan Gustavsson, secretario geral da Aliança Evangélica Sueca definiu ele desta forma em uma nota de reação a seu anuncio: "Ulf Ekman é sem duvida um dos líderes cristãos mais dinâmicos e influentes que temos tido na Suécia nos últimos tempos. Sua importância internacional vai além do que a maioria dos suecos imaginam; incontáveis pessoas de todo o mundo dão graças a Deus por tudo o que Ulf Ekman fez".

Em um país onde cada templo protestante apenas atraem umas dezenas de fieis por domingo, ou algumas centenas, em uma das comunidades mais vivas, a comunidade que ele fundou em Uppsala, Palavra da Vida, conta com 3.000 membros entusiasmados, sendo atendidos por 12 pastores, uma escola com mil alunos, missionários criando comunidades em vários países, especialmente na Russia, Cazaquistão e outras zonas ex-soviéticas, e uma ONG que ajuda crianças na Índia.

Elkman é influente em toda a Escandinávia pela escola bíblia que ele fundou, a maioria na península e todo o resto do mundo por seus livros que foram traduzidos em 60 idiomas e um programa de TV que é transmitido no mundo todo.

Este é um homem que depois de 10 anos de investigação cuidadosa sobre a Igreja Católica, leu seu Catecismo, seu manual de Doutrina Social e de se encontrar com os líderes da Renovação Carismática Católica de diversos países anunciava no Domingo para sua congregação: "Nos demos conta de que nossos preconceitos protestantes em muitos casos não tinha nenhuma base". 

E acrescentou: "Crer na unidade (dos cristãos) tem consequencias práticas".

Ulf Ekman tem escrito numerosos livros de evangelização, traduzidos em 60 idiomas

Deixando um trabalho de 30 anos

Com este discurso de um chamado a unidade dos cristãos, os Ekman deixam todas suas responsabilidades em sua congregação "Palavra da Vida", com exceção do trabalho social com as crianças da Índia que Birgitta realiza.
Ulf, que já algum tempo vinha amadurecendo sua decisão, havia deixado seu cargo como pastor principal já em março de 2013. Ainda era a grande referencia da congregação, havia preparado a "sucessão". A decisão final fora tomada no outono passado mas somente neste fim de semana que a anunciaram. Na Pascoa Ulf e Birgitta se tornarão católicos.
Ulf Ekman disse que fazem algumas semanas um amigo seu o chamou aos Estados Unidos para um congresso de pastores pentecostais no qual o Papa Francisco havia mandado um insólito vídeo caseiro orando pela unidade. Ulf considerou isso como mais uma confirmação de sua decisão.
O casal é entrevistado com detalhe na revista “Varlden Idag” (en sueco) e explica qual é  a visão teológica deles e o que significa a "unidade dos cristãos" com argumentos que são realmente antológicos.

Magistério ou anarquia

- Não entendo que se diga que não precisamos de um Magistério - proclama na entrevista depois de dirigir uma igreja por três décadas. - Se temos cinco versículos da Bíblia e dezoito comentários sobre esta escritura, quem decide? É meu intelecto melhor que o teu? Eu li mais posso convencer você porque melhor que sou mais apaixonado? ou há um Magistério que diga como se julga este assunto? coloca Ekman.

- Mas um magistério assim pode dar-se igualmente no cristianismo evangélico ou necessita do Papa? perguntam-lhe.

- Há sementes disso em todas as parte. A graça de Deus nas igrejas livres (evangélicas, não estatais) e no cristianismo protestante é magnifica. Deus faz sua obra em todos os membros do Corpo de Cristo.

- Mas você vê que o Papa como a máxima expressão de um magistério?

- Sim claro que sim. Ele é, sim acredito na necessidade de uma autoridade definitiva.
quando Ulf Ekman tinha ainda barba, atras um coro de louvor.
 -Ao falar sobre a unidade, muitos o veem como uma "unidade relacional", não uma "unidade organizacional". Como você vê? - perguntam-lhe.

- É muito bom ter uma boa relação com pessoas de diferentes comunidades, superar as diferenças, deixar de nos aborrecer. Incluindo se não estamos de acordo, podemos ter uma atitude conciliadora e objetiva. Isso é muito bom e necessário, porém não é suficiente.

- Não é suficiente que nos amemos uns aos outros? - coloca o entrevistador.

- Isso é o mesmo que dizem as pessoas que vivem junto e não se casam. Mas Jesus não tem 20.000 esposas, nem tem um par de fato, sim uma relação interna e externa específica com uma Esposa.

Depois de muitos anos refletindo sobre a unidade e relendo a Bíblia, não faltam argumento ao pastor Ekman. Ele pega sua Bíblia e lê João 11,52: "Sim, Jesus ia morrer pela nação.E não só pela nação, mas também para REUNIR juntos os filhos de Deus que estavam dispersos".
"Jesus morreu por isso", assinala Ekman. Morreu para reunir os filhos dispersos. "Creio que está muito forte no coração de Deus o desejo de que nos unamos". 

- Mas é necessário que seja uma "unidade organizativa"? - Insistem com ele.

- A Igreja é o Corpo de Cristo, uma entidade estruturada. É concreta, não uma nuvem de gás. O Corpo é visível. O modelo é Jesus, que tinha um corpo visível durante 30 anos. Além disso, como era o princípio? Nós carismáticos gostamos de dizer que deviamos voltar ao cristianismo dos Atos dos Apóstolos... então só havia uma igreja! - Diz Ulf rindo.

Um precedente místico

O processo que havia levado Ulf a este convencimento teve um antecedente místico quanto ele era um jovem estudante nos anos 70.
Estava sentado em um restaurante, junto com um colega estudante, quando de repente Ulf sentiu que as lágrimas embargavam e não podia evitar chorar. "Tive uma experiência instantânea de como Jesus, sofre por sua Igreja esta dividida. Foi como um relâmpago. Senti: 'isto não agrada a Deus'. Jesus chorava por isso. Senti isso no restaurante na hora do almoço. Logo desapareceu da memoria. Porém voltou a aparecer nos últimos 10 anos".
Oração de louvor em Livets Ord, a igreja que Ekman fundou.

Formada na igreja luterana sueca, estatal, cada vez menos bíblica, Ulf adotou de jovem a espiritualidade carismática e pentecostal. Fazem 30 anos que sentiu que o Espirito Santo lhe pedia "Equipe meu povo com a Palavra da fé". Assim fundou a igreja evangélica "Palavra da Vida", de estilo carismático.

Escrevia artigos contra João Paulo II

No principio não tinha nenhum interesse pelo catolicismo. Quando foi anunciado a visita de João Paulo II a Suécia em 1989, ele escreveu artigos bastante anticatólicos e poucos trabalhados na revista de seu movimento.
Hoje admite que sua postura - como de muitos tantos protestantes suecos - era fruto do desconhecimento e de "segundas fontes". Recomenda a quem queira conhecer a Igreja Católica ir as fontes primárias: o Catecismo. o Compendio da Doutrina Social e os documentos do Magistério.
Mas o que pesou na sua viagem até o catolicismo foi o contato com os católicos da Renovação Carismática de vários países.
"Em contato com católicos, descobrimos quão viva era a crença deles, os dons que tinham, como bem informados eles estavam, a força de sua fé. Os cristãos "do avivamento" (protestantes carismáticos) creem que tem o monopólio deste ardor, assim para mim foi uma experiencia decepcionante dar-me conta de que não tínhamos este monopólio".
E quando ao contato com católicos suecos os que me influenciaram muito foi o bispo Anders Arborius (o único bispo católico do país) e o escritor e sacerdote carmelita Wilfrid Stinissen.

e ai chega a pergunta: O que ensina a verdade da Igreja Católica?

Uma conspiração de Ignorância

Birgitta inclusive se indigna considerando que o mundo e a historia tinham "conspirado"para mante-la e a tantas pessoas na ignorância sobre os reais ensinamentos católicos, não os rumores.
"Quando descobri todos estes aspectos positivos (do catolicismo) pensei: Poque nunca tinham me dito isso? Pensei: 'Alguém me havia ocultado, a mim e a todos os demais não-conformistas'(protestante fora da igreja luterana estatal). Foi uma experiencia repentina depois de muita leitura. A expiação, a cura, a crença nos milagres... tudo isso está (no catolicismo) de uma maneira forte e bem articulada e muita gente nem sequer sabe disso. Fiquei vermelha de vergonha ao descobrir nossa ignorância", explica Birgitta.
"Quando li a Doutrina Social da Igreja me dei conta de tudo o que eu sustento esta ali.  Quando li os dogmas básicos, me dei conta de que havia coisas que eu sempre havia crido, mas nada nunca havia sido capaz de articular tão bem", acrescenta Ulf.
E no final chega a conclusão: "Necessitamos o que Jesus tem posto na Igreja Católica. Necessito dos sacramentos, necessito do Magistério, necessito do Papa, necessito da Tradição que gerem. Tenho necessidade da Igreja para minha própria salvação". declara Ekman.

A Reforma: foi revolução, não renovação.

Mas, onde fica então o grande mito da Reforma protestante, a ideia de que viemos para purificar uma igreja corrupta no século XVI, como se ensina normalmente na Escandinávia?
- Havia uma grande necessidade de uma mudança reformadora - explica hoje Ekman dando sua visão a ruptura do século XVI. Mas o que se passou foi que se converteu em uma revolução protestante, que se polarizou de ambos os lados. O resultado foi que se aboliu o Magistério e a continuidade se rompeu com muita claridade. O homem tratou de começar do zero. O resultado de se repensar a Reforma não foi somente o que foi ensinado - que a igreja se fez mais livre e melhor - sim que a Igreja se fez mais dividida e secularizad. Pouco a pouco, a visão da igreja foi se desgastando. A fé cristã foi ficando individualista.
Elkman assinala que cada vez que em ambientes protestantes alguém tenha tentado um "avivamento" o "renascimento" da fé, tende a "eliminar algo", a "purificar"... mas isso não funciona bem.
"Isto tem levado a uma divisão atrás de outra. Pensam que eliminando algum aspecto refinam a fé, que a purificam e fazem mais forte... mas temos descoberto que isso não é certo: só fazem a igreja mais limitada".

Avivamento real: a Renovação Carismática

É muito diferente, diz ele, o que acontece quando um avivamento vem de Deus de verdade e pode por exemplo como no pentecostalismo, que nasceu em 1906, se estendeu entre as igrejas protestantes de muitas formas e entre os católicos, originando a Renovação Carismática. Em vez de "purificar"e separar, é algo que Deus quis que se incorporasse a "todo o corpo de Cristo" (incluindo católicos e protestantes).
"Quando Deus quer um avivamento ele incorpora ao corpo de Cristo. Quando o movimento pentecostal se converteu na Renovação Carismática e entrou no corpo de Cristo a sério, ao invés de estar isolado. foi uma benção para todas as denominações. E agora temos 120 milhões de católicos carismáticos, como resultado disso", assinala (usando a "cifra alta" que empregam alguns sociólogos; outros calculam algo mais restritivo em "somente"60 milhões de católicos carismáticos).

Ulf deixou seu cargo de pastor principal em meados de 2013

De pastor de Mega Igreja a católico a pé

Eles haviam sido um ponto de referencia para milhares e milhares de evangélicos e pentecostais na Escandinávia, e que havia pastoreado 3.000 cristãos entusiastas... passaram agora a ser simples fieis "a pé" na paróquia católica de Sankt Lars (www.stlars.org), em Uppsala. Mas, agora sim com vontade de fazer coisas pela evangelização, a unidade dos cristãos e seu melhor entendimento.
"Temos um papel na explicação de como pensam os pentecostais e protestantes carismáticos. E podemos explicar como Deus nos usa. A unidade se baseia no entendimento mutuo, de ambos os lados, e pode contribuir para o mesmo", assinala Ulf, ao que não faltam dons de professor e divulgador.
"Existem tanto do lado católico como dentro do cristianismo protestante coisas que juntos podem abraçar e aprender". considera.
"Nos sentimos, um pouco, como Abraão e Sara: dois anciãos entrando em um país desconhecido", acrescenta. Mas guiados por Deus.

Video de um congresso internacional Livets Ord: Ulf prega um pouco sobre São Paulo em Éfeso, logo vemos pastores pentecostais de toda Europa, Ulf pregando em inglés com tradução em Russo, oração de intercessão, comunhão "ao estilo luterano"...

fonte:http://www.religionenlibertad.com/articulo_imprimir.asp?idarticulo=34419 (em 12 Março de 2014).
Tradução: Cezar M Fiorio

quarta-feira, 12 de março de 2014

O que um padre pode ensinar sobre o casamento, se ele não é casado?

© Alain PINOGES / CIRIC

O que um padre pode ensinar sobre o casamento, se ele não é casado?
Entenda por que um sacerdote pode ter muita experiência e conhecimento sobre o dia a dia de um casal, mesmo vivendo o celibato

Quando conto que estou cursando uma licenciatura em Matrimônio e Família, muitas pessoas costumam rir e me perguntam o que nós,padres, sabemos sobre o casamento, se não somos casados. Como um sacerdote ousa falar de uma realidade da qual ele não tem experiência?

Vou começar esclarecendo um primeiro ponto: os padres são celibatários, mas isso não significa que sejam solteiros. De fato, não estão disponíveis nem livres para nenhuma mulher.

Para entender isso, é preciso ter claro que o nosso ministério sacerdotal não é "nosso" ministério sacerdotal: é o ministério de Jesus,Sacerdote eterno, o único e verdadeiro sacerdote da nova aliança.

O que os padres são e fazem não é uma mera representação da sua ação evangelizadora, mas uma participação direta da sua graça santificante, que lhes deu, em nome de Jesus, um nome, a potestade para submeter o Maligno, perdoar pecados, santificar o amor, ungir os enfermos e mostrar a beleza da sua Palavra.

Tudo isso parece muita pretensão, não é mesmo? Mas esta é a beleza e a grandeza do ministério que foi confiado aos sacerdotes. Nós,padres, não nos apropriamos de privilégios nem atributo algum; só temos responsabilidades das quais prestaremos contas diante do Senhor.

Pois bem, o apóstolo Paulo, em Efésios 5, 25-26, nos diz: Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra". Este texto nos mostra claramente a relação esponsal que Cristo tem com a Igreja, da qual é cabeça e ela, seu corpo, fazendo dos dois uma só unidade pelo amor. Cristo é esposo da Igreja e, por isso, se ospadres são presença de Cristo na terra, então são verdadeiros esposos da Igreja.

Não estamos diante de uma simples ficção, mas de uma realidade de cunho teológico que se compreende quando permitimos que entrem no nosso coração aquelas palavras de Jesus: "Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda" (Mt 19, 12).

Partindo desta perspectiva, conseguimos compreender de que maneira um sacerdote é verdadeiro esposo que tem responsabilidades como as de um casal: geram filhos no batistério e sabem perfeitamente o que significa escutar aqueles que "choram" de madrugada pedindo ajuda ao seu pai.

Os padres sabem o que é educar nas diferenças e ter de perdoar os que se afastam de casa. E sabem também de infidelidades, essas que aparecem na mídia de vez em quando, mostrando a miséria de um coração que também tenta amar e que é frágil como os outros.

Como esposos, os sacerdotes conhecem o perigo da rotina no amor e o desejo que o coração tem de buscar aventuras. Sabem o que significa deitar-se bravo com a esposa, a Igreja, e querer mudá-la permanentemente, porque ela nem sempre encanta com a sua presença.

Há dias em que a esposa Igreja parece feia, desalinhada, mas os padres aprendem a amá-la assim como ela é, e buscam apaixonar-se constantemente por ela, para jamais ter de abandoná-la para buscar amantes furtivas.

Quem acha que os padres não têm nada a ensinar sobre o amor conjugal não faz ideia do que significa ser sacerdote. E o padre que se considera solteiro, tampouco. Os padres são "esposos celibatários", duas palavras que mostram uma aparente contradição, mas que nos permitem entender melhor este mistério de amor.

Além disso, como esposos, os padres têm uma palavra oportuna, de motivação, iluminadora para aqueles outros esposos que precisam enxergar uma luz no fim do túnel, para saber enfrentar o demônio da rotina e do tédio.

Os padres têm uma palavra acertada para aqueles que não veem outra solução para o seu problema a não ser o divórcio, com a enorme frustração e derrota de não ter sabido amar para sempre e a inevitável luta para buscar a justiça, que lhes permita "repartir" os filhos, como se repartem os bens da casa.

Nós, padres, temos experiência no amor matrimonial sim, conhecemos os amores e as infidelidades, sabemos do que estamos falando.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Martírio: Testemunho de Santas Perpétua e Felicidade : Quem são os mártires de hoje?

O Martírio de Santas Perpétua e Felicidade


* abro uma exceção para colocar uma descrição mais detalhada do martírio de Santas Perpétua e Felicidade, baseada no diário da santa e relatos quase contemporâneos, mas não escrita por um santo ou sendo um documento da Igreja.

No ano de 202, o imperador Severo mandou que aqueles que seguissem sendo cristãos e não quisessem adorar aos deuses romanos deveriam morrer. Perpétua estava celebrando uma reunião religiosa em sua casa quando chegou a polícia do imperador e a levou presa, junto com sua escrava Felicidade, e os escravos Revocato, Saturnino e Segundo.
Diz Perpétua em seu diário: "Nos colocaram no cárcere e fiquei consternada porque nunca havia estado em local tão escuro. O calor era insuportável e havia muitas pessoas em um subterrâneo muito estreito. Parecia que morreria de calor e asfixia, mas sofria muito mais por não poder estar junto de meu filho, que tinha tão poucos meses e muito necessitava de mim. O que mais pedia a Deus era que nos desse grande virtude para sermos capazes de sofrer e lutar por nossa santa religião".

No dia seguinte chegaram alguns diáconos católicos e deram dinheiro aos carcereiros para que passassem os presos a outra cela, menos sufocante e escura. Foram levados a um local onde entrava um raio de sol e não ficaram tão incômodos. Também permitiram que levassem o filho de Perpétua, que estava se deixando morrer. Ela disse em seu diário: "Desde que tive meu filho em minhas mãos, aquele cárcere me pareceu um palácio e sentia-me plena de alegria. E a criança também retomou a alegria e vigor". As tias e a avó encarregaram-se depois da criança e sua educação.

O chefe do governo de Cártago chamou a juízo Perpétua e seus servidores. Na noite anterior Perpétua teve uma visão na qual lhe foi dito que teriam que subir uma escada cheia de sofrimentos, mas que ao final de tão dolorosa subida, o Paraíso Eterno as esperava. Ela narrou a seus companheiros a visão e todos se entusiasmaram e se propuseram permanecer fiéis à Igreja até o fim.

Primeiro foram chamados os escravos e o diácono. Todos proclamaram ante as autoridades que eram cristãos e preferiam morrer antes que adorar a falsos deuses.

Logo chamaram a Perpétua. O juiz lhe pedia que deixasse a religião de Cristo e passasse a religião pagã, que assim salvaria sua vida. E lhe recordava que era mulher muito jovem e de família rica. Porém Perpétua proclamou que estava decidida a ser fiel a Jesus Cristo até a morte. Neste momento, trouxeram seu pai, o único na família que não era cristão, e ajoelhado ele e suplicou que não persistisse em chamar-se cristã, que aceitasse a religião do imperador, que o fizesse por amor a seu pai e seu filhinho. Ela se comoveu imensamente, mas terminou dizendo-lhe: "Pai, como se chamada este objeto a sua frente?". "Uma bandeja, minha filha.", respondeu ele. "Pois bem, a esta bandeja há de chamar-se bandeja, porque é uma bandeja. E sou cristã, não posso me chamar pagã, porque sou cristã e quero sê-lo para sempre." E acrescentou em seu diário: "Meu pai era o único na família que não se alegrava porque nós seríamos mártires em Cristo".

O juiz decretou que os três homens deveriam ser levados ao circo e ali, em frente à multidão, seriam destroçados por feras no dia da festa do imperador; e que as mulheres seriam amarradas frente a uma vaca furiosa. Porém, havia um inconveniente: Felicidade estava grávida e a lei proibia matar a quem estava por dar à luz. E ela desejava ser martirizada por amor a Cristo. Então os cristãos oraram com fé e Felicidade deu a luz a uma linda menina, que foi confiada as mulheres cristãs, e assim Felicidade pode ser martirizada. Um carcereiro fazia pouco caso dela, dizendo-lhe: "Agora te queixas das dores do parto, como farás frente às dores do martírio? " Ele lhe respondeu: "Agora sou fraca porque sofro por minha natureza. Porém, quando chegar o martírio, me acompanhará a graça de Deus, que me encherá de fortaleza.".

Aos condenados à morte permitia-se fazer uma ceia de despedida. Perpétua e seus companheiros organizaram uma ceia eucarístia. Dois santos diáconos lhes levaram a comunhão, e depois de orar e animar-se uns aos outros, abraçaram-se e despediram com o ósculo da paz. Todos estavam animados, alegremente bem dispostos a entregarem a vida por proclamar a fé em Jesus Cristo.

Antes de levarem-nos ao circo, os soldados queriam que os homens vestissem como sacerdotes dos falsos deuses e as mulheres como sacerdotisas pagãs. Porém Perpétua se opôs e ninguém conseguiu lhes vestir aquelas roupas.

Os escravos foram jogados às feras, que os destroçaram e eles derramaram assim valentemente seu sangue por nossa religião.

O Diácono Sáturo conseguiu converter um dos carcereiros, chamado Pudente, ao Cristianismo. Disse-lhe: "Para que vejas que Cristo é Deus, te anuncio que colocaram frente a um urso feroz, mas esta fera não me fará nenhum mal." E assim aconteceu: lhe amarraram e colocaram em frente à jaula de um urso muito agressivo. O animal feroz não lhe fez nenhum mal, e ainda deu uma tremenda dentada no seu tratador, que o atiçava contra o santo diácono. Então soltaram a um leopardo, que com uma dentada destroçou Sáturo. Quando o diácono estava moribundo, molhou com seu sangue um anel, colocou-o no dedo de Pudente, que então aceitou definitivamente converter-se ao Cristianismo.

A Perpétua e Felicidade amarram com arame, colocaram-nas no centro e soltaram uma vaca bravíssima, que as atacou sem misericórdia. Perpétua unicamente se preocupava em ir-se cobrindo, com os restos de tecido que sobravam, para que não desse espetáculo por estar desnuda. Ajeitava os cabelos, para que não parecesse uma pagã chorona. O povo emocionado, ao ver a valentia das jovens mães, pediu que as retirassem pela porta onde saiam os gladiadores vitoriosos. Perpétua, então saiu de seu êxtase, e perguntou onde estava a tal vaca que lhes atacaria.

Mas logo após o povo cruel pediu que as trouxessem para lhes cortar a cabeça em frente a todos. Ao saber desta notícia, as jovens abraçaram-se emocionadas e retornaram a praça. A Felicidade cortaram a cabeça com um golpe de machado, Porém o verdugo que deveria matar Perpétua estava muito nervosos e errou o primeiro golpe. Ela deu um grito de dor, porém posicionou melhor a cabeça para facilitar o trabalho do verdugo e lhe indicou ondeveria atingi-la. Assim, esta mulher corajosa mostrou até o último instante que morria mártir por sua própria vontade e com toda generosidade.



outra fonte interessante: http://www.padresdodeserto.net/raizesmc.htm


e por fim indico o Livro do Padre Paulo Ricardo
E neste link abaixo voce poderá estudar também sobre este assunto na atualidade quem são os Mártires de Hoje.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Comunhão dos Santos : A fundamentação Bíblica (Video)

Comunhão dos Santos : A fundamentação Bíblica
Porque os católicos rezam para os Santos e Maria enquanto a Bíblia diz claramente que "Existe um só Deus e também há um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem". (1 Tim. 2,5). Abram suas bíblias e veja como Héctor irá nos ensinar como refutar convincentemente esta objeção comum.

Video com duração de 2h.
Esta em espanhol mas não vi necessidade de legendas!!



Para saber mais sobre o Sr. Hector Molina
http://www.catholic.com/hectormolina

Fazei penitência : Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa (Sec. I)


Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa

Fazei penitência

Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus, seu Pai, esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.

Percorramos todas as épocas do mundo e verificaremos que em cada geração o Senhor concedeu o tempo favorável da penitência a todos os que a ele quiseram converter-se. Noé proclamou a penitência, e todos que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou a ruína aos ninivitas, mas eles, fazendo penitência de seus pecados, reconciliaram-se com Deus por suas súplicas e alcançaram a salvação, apesar de não pertencerem ao povo de Deus.

Inspirados pelo Espírito Santo, os ministros da graça de Deus pregaram a penitência. O próprio Senhor de todas as coisas também falou da penitência, com juramento: Pela minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta (cf. Ez 33,11); e acrescentou esta sentença cheia de bondade: Deixa de praticar o mal, ó Casa de Israel! Dize aos filhos do meu povo: "Ainda que vossos pecados subam da terra até o céu, ainda que sejam mais vermelhos que o escarlate e mais negros que o cilício, se voltardes para mim de todo o coração e disserdes: 'Pai', eu vos tratarei como um povo santo e ouvirei as vossas súplicas” (cf. Is 1,18; 63,16; 64,7; Jr 3,4; 31,9).

Querendo levar à penitência todos aqueles que amava, o Senhor confirmou esta sentença com sua vontade todo-poderosa.

Obedeçamos, portanto, à sua excelsa e gloriosa vontade. Imploremos humildemente sua misericórdia e benignidade. Convertamo-nos sinceramente ao seu amor. Abandonemos as obras más, a discórdia e a inveja que conduzem à morte.

Sejamos humildes de coração, irmãos, evitando toda espécie de vaidade, soberba, insensatez e cólera, para cumprirmos o que está escrito. Pois diz o Espírito Santo: Não se orgulhe o sábio em sua sabedoria, nem o forte com sua força, nem o rico em sua riqueza; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, procurando-o e praticando o direito e justiça (cf. Jr 9,22-23; ICor 1,31).

Antes de mais nada, lembremo-nos das palavras do Senhor Jesus, quando exortava à benevolência e à longanimidade: Sede misericordiosos, e alcançareis misericórdia; perdoai, e sereis perdoados; como tratardes o próximo, do mesmo modo sereis tratados; dai, e vos será dado; não julgueis, e não sereis julgados; fazei o bem, e ele também vos será feito; com a medida com que medirdes, vos será medido (cf. Mt 5,7; 6,14; 7,1.2).

Observemos fielmente este preceito e estes mandamen­tos, a fim de nos conduzirmos sempre, com toda humildade, na obediência às suas santas palavras. Pois eis o que diz o texto sagrado: Para quem hei de olhar, senão para o manso e humilde, que treme ao ouvir minhas palavras ? (cf. Is 66,2).

Tendo assim participado de muitas, grandes e gloriosas ações, corramos novamente para a meta que nos foi proposta desde o início: a paz. Fixemos atentamente nosso olhar no Pai e Criador do universo e desejemos com todo ardor seus dons de paz e seus magníficos e incomparáveis benefícios.
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Para saber mais sobre os Padres da Igreja aconselhamos ler sobre os Padres Apostólicos Padres Apostólicos, Volume I, Coleção Patrística. Ed. Paulus

neste link abaixo voce pode ler na integra esta carta: