segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Catecismo: A Fé da Igreja

Patristica = Santo Ireneu de Lião (202)

Santo Ireneu no livro Contra as heresias: "A Igreja, apesar de estar espalhada por todo o mundo, conserva com solicitude [a fé dos Apóstolos], como se habitasse numa só casa; ao mesmo tempo crê nestas verdades, como se tivesse uma só alma e um só coração; em plena sintonia com estas verdades proclama, ensina e transmite, como se tivesse uma só boca. As línguas do mundo são diversas, mas o poder da tradição é único e é o mesmo: as Igrejas fundadas nas Alemanhas não receberam nem transmitiram uma fé diversa, nem as que foram fundadas nas Espanhas ou entre os Celtas ou nas regiões orientais ou no Egipto ou na Líbia ou no centro do mundo" (1, 10, 1-2)

"recebemo-la da Igreja e conservámo-la: a fé, por obra do Espírito de Deus, como um depósito precioso guardado num vaso de valor rejuvenesce sempre e faz rejuvenescer também o vaso que a contém. Onde estiver a Igreja, ali está o Espírito de Deus; e onde estiver o Espírito de Deus, ali está a Igreja com todas as graças" (3, 24, 1).

SANTO IRENEU DE LIÃO (ca. 135-202, doutor da Igreja)


PAPA BENTO XVI
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 28 de Março 2007

Santo Ireneu de Lião
Queridos irmãos e irmãs!
Nas catequeses sobre as grandes figuras da Igreja dos primeiros séculos chegamos hoje à personalidade eminente de Santo Ireneu de Lião. As notícias biográficas sobre ele provêm do seu próprio testemunho, que nos foi transmitido por Eusébio no quinto livro da História Eclesiástica.
Ireneu nasceu com toda a probabilidade em Esmirna (hoje Izmir, na Turquia) por volta do ano 135-140, onde ainda jovem frequentou a escola do Bispo Policarpo, por sua vez discípulo do apóstolo João. Não sabemos quando se transferiu da Ásia Menor para a Gália, mas a transferência certamente coincidiu com os primeiros desenvolvimentos da comunidade cristã de Lião: aqui, no ano 117, encontramos Ireneu incluído no colégio dos presbíteros. Precisamente naquele ano ele foi enviado para Roma, portador de uma carta da comunidade de Lião ao Papa Eleutério. A missão romana subtraiu Ireneu à perseguição de Marco Aurélio, que causou pelo menos quarenta e oito mártires, entre os quais o próprio Bispo de Lião, Potino que, com noventa anos, faleceu por maus-tratos no cárcere. Assim, com o seu regresso, Ireneu foi eleito Bispo da cidade. O novo Pastor dedicou-se totalmente ao ministério episcopal, que se concluiu por volta de 202-203, talvez com o martírio.
Ireneu é antes de tudo um homem de fé e Pastor. Do bom Pastor tem o sentido da medida, a riqueza da doutrina, o fervor missionário. Como escritor, busca uma dupla finalidade: defender a verdadeira doutrina contra os ataques heréticos, e expor com clareza a verdade da fé.
Correspondem exactamente a estas finalidades as duas obras que dele permanecem: os cinco livrosContra as Heresias, e a Exposição da pregação apostólica (que se pode também chamar o mais antigo "catecismo da doutrina cristã"). Em suma, Ireneu é o campeão da luta contra as heresias. A Igreja do século II estava ameaçada pela chamada gnose, uma doutrina que afirmava que a fé ensinada na Igreja seria apenas um simbolismo para os simples, que não são capazes de compreender coisas difíceis; ao contrário, os idosos, os intelectuais chamavam-se gnósticos teriam compreendido o que está por detrás destes símbolos, e assim teriam formado um cristianismo elitista, intelectualista. Obviamente este cristianismo intelectualista fragmentava-se cada vez mais em diversas correntes com pensamentos muitas vezes estranhos e extravagantes, mas para muitos era atraente. Um elemento comum destas diversas correntes era o dualismo, isto é, negava-se a fé no único Deus Pai de todos, Criador e Salvador do homem e do mundo. Para explicar o mal no mundo, eles afirmavam a existência, em paralelo com o Deus bom, de um princípio negativo. Este princípio negativo teria produzido as coisas materiais, a matéria.
Radicando-se firmemente na doutrina bíblica da criação, Ireneu contesta o dualismo e o pessimismo gnóstico que diminuíam as realidades corpóreas. Ele reivindicava decididamente a santidade originária da matéria, do corpo, da carne, não menos que a do espírito. Mas a sua obra vai muito mais além da confutação da heresia: pode-se dizer de facto que ele se apresenta como o primeiro grande teólogo da Igreja, que criou a teologia sistemática; ele mesmo fala do sistema da teologia, isto é, da coerência interna de toda a fé. No centro da sua doutrina situa-se a questão da "regra da fé" e da sua transmissão. Para Ireneu a "regra da fé" coincide na prática com o Credodos Apóstolos, e dá-nos a chave para interpretar o Evangelho, para interpretar o Credo à luz do Evangelho. O símbolo apostólico, que é uma espécie de síntese do Evangelho, ajuda-nos a compreender o que significa, como devemos ler o próprio Evangelho.
De facto o Evangelho pregado por Ireneu é o mesmo que recebeu de Policarpo, Bispo de Esmirna, e o Evangelho de Policarpo remonta ao apóstolo João, do qual Policarpo era discípulo. E assim o verdadeiro ensinamento não é o que foi inventado pelos intelectuais além da fé simples da Igreja. O verdadeiro Evangelho é o que foi transmitido pelos Bispos que o receberam numa sucessão ininterrupta dos Apóstolos. Eles outra coisa não ensinaram senão precisamente esta fé simples, que é também a verdadeira profundidade da revelação de Deus. Assim diz-nos Ireneu não há uma doutrina secreta por detrás do Credo comum da Igreja. Não existe um cristianismo superior para intelectuais. A fé publicamente confessada pela Igreja é a fé comum de todos. Só esta fé é apostólica, vem dos Apóstolos, isto é, de Jesus e de Deus. Aderindo a esta fé transmitida publicamente pelos Apóstolos aos seus sucessores, os cristãos devem observar o que os Bispos dizem, devem considerar especialmente o ensinamento da Igreja de Roma, preeminente e antiquíssima. Esta Igreja, devido à sua antiguidade, tem a maior apostolicidade, de facto haureorigem das colunas do Colégio apostólico, Pedro e Paulo. Com a Igreja de Roma devem harmonizar-se todas as Igrejas, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja. Com estas argumentações, aqui resumidas muito brevemente, Ireneu contesta desde os fundamentos as pretensões destes gnósticos, destes intelectuais: antes de tudo eles não possuem uma verdade que seria superior à da fé comum, porque o que dizem não é de origem apostólica, é por eles inventado; em segundo lugar, a verdade e a salvação não são privilégio nem monopólio de poucos, mas todos as podem alcançar através da pregação dos sucessores dos Apóstolos, e sobretudo do Bispo de Roma. Em particular sempre polemizando com o carácter "secreto" da tradição gnóstica, e observando os seus numerosos êxitos entre si contraditórios Ireneu preocupa-se por ilustrar o conceito genuíno de Tradição apostólica, que podemos resumir em três pontos.
a) A Tradição apostólica é "pública", não privada ou secreta. Ireneu não duvida minimamente de que o conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o que recebeu dos Apóstolos e de Jesus, do Filho de Deus. Não existe outro ensinamento além deste. Portanto quem quiser conhecer a verdadeira doutrina é suficiente que conheça "a Tradição que vem dos Apóstolos e a fé anunciada aos homens": tradição e fé que "chegaram até nós através da sucessão dos Bispos" (Adv. Haer.3, 3, 3-4). Assim, sucessão dos Bispos, princípio pessoal; e Tradição apostólica, princípio doutrinal coincidem.
b) A Tradição apostólica é "única". De facto, enquanto o gnosticismo se subdivide em numerosas seitas, a Tradição da Igreja é única nos seus conteúdos fundamentais, a que como vimos Ireneu chama precisamente regula fidei ou veritatis: e isto porque é única, gera unidade através dos povos, através das culturas diversas, através dos povos diversos; é um conteúdo comum como a verdade, apesar da diversidade das línguas e das culturas. Há uma frase muito preciosa de Santo Ireneu no livro Contra as heresias: "A Igreja, apesar de estar espalhada por todo o mundo, conserva com solicitude [a fé dos Apóstolos], como se habitasse numa só casa; ao mesmo tempo crê nestas verdades, como se tivesse uma só alma e um só coração; em plena sintonia com estas verdades proclama, ensina e transmite, como se tivesse uma só boca. As línguas do mundo são diversas, mas o poder da tradição é único e é o mesmo: as Igrejas fundadas nas Alemanhas não receberam nem transmitiram uma fé diversa, nem as que foram fundadas nas Espanhas ou entre os Celtas ou nas regiões orientais ou no Egipto ou na Líbia ou no centro do mundo" (1, 10, 1-2). Já se vê neste momento, estamos no ano 200, a universalidade da Igreja, a sua catolicidade e a força unificadora da verdade, que une estas realidades tão diversas, da Alemanha à Espanha, à Itália, ao Egipto, à Líbia, na comum verdade que nos foi revelada por Cristo.
c) Por fim, a Tradição apostólica é como ele diz na língua grega na qual escreveu o seu livro, "pneumática", isto é, espiritual, guiada pelo Espírito Santo: em grego espírito diz-se pneuma. De facto, não se trata de uma transmissão confiada à habilidade de homens mais ou menos doutos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da fé. Esta é a "vida" da Igreja, o que torna a Igreja sempre vigorosa e jovem, isto é, fecunda de numerosos carismas. Igreja e Espírito para Ireneu são inseparáveis: "Esta fé", lemos ainda no terceiro livro Contra as heresias,"recebemo-la da Igreja e conservámo-la: a fé, por obra do Espírito de Deus, como um depósito precioso guardado num vaso de valor rejuvenesce sempre e faz rejuvenescer também o vaso que a contém. Onde estiver a Igreja, ali está o Espírito de Deus; e onde estiver o Espírito de Deus, ali está a Igreja com todas as graças" (3, 24, 1).
Como se vê, Ireneu não se limita a definir o conceito de Tradição. A sua tradição, a Tradição ininterrupta, não é tradicionalismo, porque esta Tradição é sempre internamente vivificada pelo Espírito Santo, que a faz de novo viver, a faz ser interpretada e compreendida na vitalidade da Igreja. Segundo o seu ensinamento, a fé da Igreja deve ser transmitida de modo que apareça como deve ser, isto é, "pública", "única", "pneumática", "espiritual". A partir de cada uma destas características podemos realizar um frutuoso discernimento sobre a autêntica transmissão da fé nohoje da Igreja. Mais em geral, na doutrina de Ireneu a dignidade do homem, corpo e alma, está firmemente ancorada na criação divina, na imagem de Cristo e na obra permanente de santificação do Espírito. Esta doutrina é como uma "via-mestra" para esclarecer juntamente com todas as pessoas de boa vontade o objecto e os confins do diálogo sobre os valores, e para dar impulso sempre renovado à acção missionária da Igreja, à força da verdade que é a fonte de todos os valores verdadeiros do mundo.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Ano da Fé = Aula Padre Paulo Ricardo

Reflexão sobre o Ano da Fé

Hino Oficial do Ano da Fé



Partituras no link abaixo:
http://www.paulus.pt/noticias/paulus-editora-assinala-a-abertura-do-ano-da-fe-00582/

Casais em segunda União

Oração: Fica comigo, Senhor!



Fica comigo, Senhor!

Fica Senhor comigo, pois preciso da tua presença para não te esquecer.
Sabes quão facilmente posso te abandonar.
Fica Senhor comigo, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.
Fica Senhor comigo, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.
Fica Senhor comigo, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.
Fica Senhor comigo, para me mostrar tua vontade.
Fica Senhor comigo, para que ouça tua voz e te siga.
Fica Senhor comigo, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.
Fica Senhor comigo, se queres que te seja fiel.
Fica Senhor comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.

Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.

Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão,a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.

Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.

Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não às mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!

Fica Senhor comigo, pois é só a ti que procuro teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. Como este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.


São Padre Pio, rogai por nós!

17 novos mártires a cada hora de cada dia

Segundo a Sociedade Internacional para os Direitos Humanos, 80% de todos os atos de discriminação religiosa no mundo de hoje são dirigidos contra cristãos, tornando o cristianismo, de longe, a comunidade religiosa mais perseguida do planeta. Estimativas confiáveis dizem que cerca de 150 mil cristãos são mortos pela fé todos os anos, o que se traduz em 17 novos mártires a cada hora de cada dia.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

“História da Igreja” em vídeo-aulas gratuitas


Professor Felipe Aquino apresenta a série “História da Igreja” em vídeo-aulas gratuitas
fonte: http://blog.cancaonova.com/webtvcn/2012/06/historia_igreja/




“Auxiliar aos fiéis cristãos católicos a conhecer as riquezas históricas da Santa Igreja”. Este é o motivo pelo qual professor Felipe Aquino iniciou a série “História da Igreja” em seu programa “Palavras de Fé“.

Nesta série, você é convidado a conhecer fatos e situações de grande importância na vida da Igreja Católica, desde o momento em que a história da humanidade se divide em antes e depois de Cristo, e cronologicamente, até os dias atuais. Os Concílios, as grandes Heresias e a Santa Inquisição são alguns dos temas abordados neste programa, em vídeos curtos, com linguagem simples e de fácil entendimento. Siga a listagem abaixo e acompanhe, vídeo a vídeo, a série “História da Igreja”.


Vídeo Tema Descrição
001 Nova Série: A História da Igreja Vídeo de apresentação do programa Palavras de Fé, sobre a série “História da Igreja”.
002 Dividindo nosso estudo sobre a Igreja Vamos dividir em quatro partes nosso estudo sobre a História da Igreja.
003 Primeiro Período da História da Igreja Professor Felipe Aquino explica o início da história da Igreja até a queda do Império Romano, do ano 0 até 453.
004 Jesus nasceu no ano 0? Em quais circunstâncias se deu o nascimento de Jesus Cristo?
005 A vida pública de Jesus A vida pública de Jesus, os Seus milagres e o apogeu do império romano, são abordados nesse vídeo.
006 Por que Cristo instituiu a Igreja? A instituição do Santo Magistério e da Igreja de Cristo são os assuntos desse programa.
007 A Igreja é infalível? “O Poder da Igreja vem de Deus”, Com essa afirmação, o Professor Felipe Aquino explica por que a Igreja é invencível. Conheça mais sobre a grandiosa história de nossa fé na série “História da Igreja”.
008 A conversão de Constantino Neste vídeo, da série A História da Igreja, Professor Felipe Aquino nos fala do momento em que foi decretado o fim da perseguição e a instituição do cristianismo como religião oficial do império romano e também começa a falar das grandes heresias enfrentadas pela igreja nos primeiros séculos.
009 Novo Testamento: Registro da História Os escritos bíblicos do novo testamento mostram as promessas que Cristo fez para a Igreja, sendo registros do que Jesus pregava. Professor Felipe Aquino fala nesse programa sobre os acontecimentos a partir desses registros, aqueles que foram revelados aos apóstolos após a vinda do Paráclito.
010 Ciência e Fé: A existência de Jesus Acredite que Jesus realmente existiu! Professor Felipe reafirma essa verdade nesta série “A História da Igreja”, no programa Palavras de Fé.
011 A expansão da Igreja primitiva Após a morte de Cristo, os cristãos começaram a ser perseguidos pelo império romano, forçando-os a se espalharem pelas regiões próximas e assim, difundir e fecundar a semente do cristianismo. Sendo nesse movimento, os apóstolos Pedro e Paulo, seus maiores expoentes.
012 As Viagens Apostólicas de Paulo Com o crescimento e difusão do cristianismo, as viagens apostólicas de Paulo foram muito importantes para a realidade que o cristianismo estava vivendo.
013 A difusão do cristianismo Continuando a série História da Igreja, Professor Felipe Aquino faz um apanhado do primeiro século do cristianismo e explica um pouco mais sobre a difusão cristã.
014 A Perseguição Romana Vamos abordar aqui especificamente a perseguição romana nos primeiros séculos.
015 O problema das heresias Com este programa, Professor Felipe Aquino começa a explicar as principais heresias que o início do cristianismo enfrentou. Assista!
016 As heresias: Gnosticismo O gnosticismo foi uma das grandes heresias que a Igreja sofreu nos seus inícios. Descubra um pouco mais assistindo esse vídeo.
017 As heresias: Arianismo Professor Felipe Aquino explica o Arianismo, outra heresia que atingiu a Igreja nos primeiros séculos.
018 As heresias: Macedonismo Outra grande heresia que assolou a Igreja nos primeiros séculos foi o Macedonismo.
019 História da Igreja: O Concílio de Éfeso Descubra quais heresias o Concílio de Éfeso combateu.
020 As Heresias: O Monofisismo O Monofisismo foi outra grande heresia que a Igreja combateu.
021 Grandes Heresias: Monoteletismo Grande heresia que encontrou muitos adeptos, afirmando que Jesus possuía apenas a natureza divina, desprezando a natureza humana.
022 É certo ou não venerar imagens? Uma grande heresia foi responsável pela convocação do Concilio de Niceia II, o Iconoclasmo.
023 Quando o Império Romano caiu No ano de 476, o Império Romano caiu nas mãos dos Bárbaros. Professor Felipe Aquino explica esse momento histórico.
024 Podemos escolher quem evangelizar? Na queda do Império Romano, apenas a Igreja se manteve firme, e evangelizou esses novos povos.
025 O recomeço da civilização Daremos enfoque ao trabalho realizado pela igreja de evangelização e recomeço da civilização.
026 Grandes Doutores: Santo Agostinho Conheça o trabalho de evangelização realizado por Santo Agostinho com os bárbaros.
027 Santos da Igreja Primitiva “A santidade salvou a Igreja e a Igreja salvou o ocidente”.
028 Você sabe o que é Cesaropapismo? Neste episódio, descobra o que foi o Cesaropapismo.
029 As origens do Islamismo Profº. Felipe Aquino esclarece sobre as origens do Islamismo e o surgimento do alcorão. Relata também os obstáculos que ele ocasionou para o cristianismo.
030 O que é o Estado Pontifício? Conheça o momento histórico em que a Igreja perdeu o Estado Pontifício e o surgimento do Vaticano.
031 Quem foi Carlos Magno? Seguindo na história da Igreja, chegamos aos anos 800. Vamos aprender sobre o imperador Carlos Magno e o fim do Renascimento Carolíngio.
032 A Igreja católica é Divina! O século X afirma a divindade da Igreja. Descubra o porquê!
033 Nos momentos difíceis surgem os Santos! Na decadência moral da Igreja no século X se manifestou a ação do Espírito Santo.
034 Rompimento da Igreja Romana com a Ortodoxa No século XI aconteceu outro marco. Entenda como se deu o rompimento da Igreja Romana com a Igreja Ortodoxa.
035 A Igreja Romana e a Igreja Ortodoxa Descubra aqui outros motivos que levaram ao rompimento da Igreja Romana com a Igreja Ortodoxa.
036 Luta entre o império e o sacerdócio A relação dos Papas com Imperadores: Os motivos que levaram a Papa Gregório VII a excomungar o Imperador Henrique IV.
037 A imponência de nossas Catedrais Falaremos sobre as belíssimas catedrais européias e seus significados para a Igreja.
038 Catedral: experiência de céu As catedrais da Idade Média e suas representações artísticas, espirituais e históricas.
039 A primeira universidade A partir do século XI, surgiu a primeira universidade, tendo seu início dentro da Igreja Católica.
040 A realidade das universidades no século XI Conheça a realidade das primeiras universidades a partir do século XI, o cotidiano e a metodologia de ensino.
041 Os Concílios Ecumênicos Outros marcos importantes na História da Igreja foram os Concílios Ecumênicos realizados pela Igreja.
042 Inquisição: A Igreja abre o arquivo secreto Conheça os estudos que apresentam a verdade sobre os 6 séculos que se deu a Santa Inquisição, realizado pelos 30 melhores historiadores da atualidade.
043 Inquisição: Como conhecer e entender os fatos? Esclareça aqui muitos pontos comprovadamente distorcidos a respeito da inquisição.
044 O belo para Deus Prof. Felipe Aquino explica como as catedrais e as artes eram usadas para glorificar a Deus.
045 Inquisição: A cristandade & heresia Os principais motivos que levaram a origem da Santa Inquisição.
046 Quando a Igreja teve dois Papas. Vamos entender o cisma do Ocidente, o Exílio da Babilônia e o retorno do Papa para Roma.
047 História da Igreja: Crise no Papado Os motivos que gerou o conflito entre o Rei Felipe IV e o Papa Bonifácio VIII, ocasionando uma grande crise no Papado no século XIV.
048 Cativeiro da Babilônia Seguindo a história da Igreja, vamos conhecer o que foi o cativeiro da Babilônia, onde Papas foram exilados na França.
049 A queda de três antipapas Prof. Felipe explica o que eram os “antipapas” e como se deu a queda de três na mesma situação.
050 Queda de Constantinopla Outro marco da história antiga é a queda de Constantinopla, descubra quais fatos embasaram este evento.
051 Uma santa revolucionária Santa Joana D’Arc foi responsável por uma grane revolução. Conheça como se deu estes atos revolucionários.
052 Dificuldades da Igreja no século XIV O século XIV foi um período complicado para a Igreja, descubra quais dificuldades foram enfrentadas nesse momento.
053 O Concílio de Basiléia-Ferrara-Florença O Concílio de Basiléia-Ferrara-Florença foi realizado no ano de 1431 e durou 11 anos. Neste programa “Palavras de Fé”, Professor Felipe Aquino explica os importantes fatos que ocorreram neste concílio.
054 O Fenômeno do Conciliarismo Entre os séculos XIV e XV apareceu na Igreja um fenômeno conhecido por “Conciliarismo”. Professor Felipe Aquino te explica esse fenômeno.
055 O que é o Galicanismo? Um fenômeno que aconteceu no século XVI, onde os reis queriam autonomia para ter igrejas nacionais, este foi o Galicanismo!
056 O início do Renascimento 1453 é a referencia para o início da Idade Moderna, onde surge o renascimento. Professor Felipe Aquino comenta a relação desse momento histórico com a Igreja.
057 A investidura leiga: Papas Indignos A investidura leiga resultava em papas indignos, não preparados para assumir tal função. Um grande exemplo desses papas é Alexandre VI
058 A Reconquista Cristã da Espanha A retomada da Espanha pelos cristãos,que no início do século XVI estava sob o poder dos muçulmanos, foi um momento muito importante para a igreja.
059 A Igreja no descobrimento das Américas Qual foi a participação da Igreja durante as navegações e a descoberta da América, em 1492?
060 A evangelização das Américas O desejo de evangelizar foi um dos vários fatores que moveram as navegações para a descoberta das Américas.
061 As aparições em Guadalupe Na América Latina, no ano de 1531, aconteceu um fator importante para a evangelização, as Aparições de Nossa Senhora de Guadalupe.
062 As Indulgências na Igreja Católica Em 1514 pela primeira vez ouviu-se falar nas indulgências, mas você sabe o que elas são? Neste vídeo, Professor Felipe Aquino explica a origem e função das indulgências.
063 Martim Lutero e a Reforma Protestante Martin Lutero era monge agostiniano e doutor em filosofia, iniciou em 1517 a reforma protestante.
064 Os conceitos da Reforma Protestante Após Martim Lutero iniciar sua reforma, ouve várias ramificações, como a Calvinista, a Anglicana, e tantas outras mais. Conheça nesse vídeo alguns dos conceitos da reforma de Lutero.
065 Analisando a reforma de Lutero Aqui, Professor Felipe Aquino analisa os reflexos do movimento de reforma, realizado por Lutero, para a Igreja Católica.
066 Evolução da Reforma Protestante Na série História da Igreja, Professor Felipe Aquino comenta e explica a evolução da reforma protestante e suas ramificações.
067 O início da Igreja Anglicana Conheça o momento em que a Igreja Anglicana teve seu início, e também sua relação com a Igreja Católica.
068 A relação Igreja x Poderosos A Igreja sempre foi atacada com afirmações de que Ela, ao longo da história, foi aliada dos poderosos. Neste programa Palavras de Fé, Professor Felipe Aquino mostra que essa afirmação não é verdadeira.
069 Qual foi o erro de Lutero? Nesta série “História da Igreja”, Professor Felipe Aquino explica a origem do movimento protestante e questiona: “Qual foi o erro de Lutero?”
070 Cabe a quem interpretar a bíblia? De quem é o papel de interpretar a bíblia para os fiéis? Respondendo essa pergunta, professor Felipe Aquino utiliza da história da igreja para nos falar.
071 Concílio de Trento: A Sagrada Tradição A respeito do Concilio de Trento, Professor Felipe Aquino explica o valor da Sagrada Tradição, como depósito da fé.
072 Protestantismo: Mudanças na literatura bíblica No programa Palavras de Fé, Professor Felipe Aquino dá continuidade a série “Histórias da Igreja”, e aborda neste vídeo o cânon bíblico, que foi alterado pelos protestantes após a reforma.
073 A ideia de Pecado Original por Lutero O Concilio de Trento mudou a direção da Igreja Católica e muitos pontos foram revistos, principalmente por viverem em um momento pós reforma protestante. Um desses pontos foi o Pecado Original, que Lutero difundiu idéias bem diferentes das que a Igreja ensina.
074 Qual a função do Catecismo Romano? Qual a origem, função e importância do Catecismo Romano?
075 História da Igreja: As Guerras de Religião Um triste marco na história da Igreja são as guerras de religião. Neste vídeo, professor Felipe Aquino explica o contexto em que essas guerras aconteceram, e como tudo isso refletiu na Igreja Católica.
076 Noite de São Bartolomeu: Você conhece? Um dos tristes episódios da “História da Igreja” na Europa ficou conhecido por “Noite de São Bartolomeu”. Mas você conhece o decorrer dos fatos que resultou nesse episódio?
077 A Igreja no início do Século XVII Os acontecimentos no início do Século XVII que envolveram a Igreja Católica é o tema abordado por Professor Felipe Aquino.
078 O caso Galileu Galilei Muito comentado por todos mas conhecido por poucos, o caso Galileu Galilei é um momento importante da “História da Igreja”.
079 A origem da Ordem Jesuíta Na série “História da Igreja”, do programa Palavras de Fé, Professor Felipe Aquino fala sobre o início do século XVIII, e a origem dos Jesuítas.
080 Colonização: Relação entre Igreja e os Índios Nesse vídeo, conheça um tema polemico, a relação que a Igreja manteve com os índios, no período da colonização do Brasil
081 A relação entre Igreja e Escravidão A verdadeira, tão falada e polemizada, relação entre Igreja e Escravidão é o tema deste programa com Prof. Felipe Aquino.
082 O fim de uma grande Instituição Eclesial A Companhia de Jesus foi uma importante instituição da Igreja que, em meados do século XVI, passou por grandes percalços. Conheça aqui mais sobre essa instituição e os Jesuítas.
083 O Racionalismo e o combate da Fé Quais problemas o movimento Racionalista gerou para a Igreja? Neste programa, Professor Felipe Aquino explica este movimento que tentou se sobrepor a Fé.
084 A triste realidade da Revolução Francesa Tida por muitos como grandioso evento histórico, a Revolução Francesa se revela como um trágico episódio para a Fé Cristã. Professor Felipe Aquino fala a respeito desse momento histórico desconhecido por muitos.
085 A relação de Napoleão com a Igreja Conheça o momento em que se deu uma conturbada relação entre Napoleão e a Santa Igreja.
086 Século XIX: Momentos marcantes para a Igreja Em nossa série História da Igreja, Professor Felipe Aquino aborda o século XIX, e explica momentos marcantes deste período para a Igreja Católica.
087 Papa Pio IX: Os Dogmas de Fé Hoje Beato, Papa Pio IX foi um dos grande s Pontífices da Igreja. Professor Felipe Aquino nos fala mais a respeito da vida e realizações deste grande homem, nesta série História da Igreja.
088 A queda do Estado Pontifício Momento marcante na História da Igreja foi a queda do Estado Pontifício. Evento que ocorreu em meio a guerras, debilitando a estrutura física da Igreja na Itália.
089 O Papa é infalível? No ano de 1870, o Estado Pontifício foi invadido e teve seu fim, a Igreja perde grande parte do seu poder temporal. Neste momento, foi convocado o Concílio Vaticano I, onde foi proclamado o Dogma da Infalibilidade Papal. Entenda melhor este dogma aqui no programa Palavras de Fé, com Professor Felipe Aquino.
090 Qual é a doutrina social da Igreja? Você conhece a Doutrina Social da Igreja e a sua importância? Neste vídeo, Professor Felipe Aquino explica essa e outras coisas a respeito deste tema que sem sido tão polemizado ultimamente.
091 O século XX para a Igreja Católica Professor Felipe Aquino nos fala sobre a importância dos acontecimentos do Século XX para a Igreja Católica.
092 As perseguições contra a Igreja no Século XX Muitos atos cruéis e perseguições aconteceram contra a Igreja no Século XX, e o mais preocupante é que muitos desconhecem estes fatos. Assim, Professor Felipe Aquino nos conta sobre estes fatos bárbaros e muitas vezes esquecidos.
093 Marco do Séc. XX: O Concílio Vaticano II No dia 11 de Outubro de 1962, iniciou-se o Grande Concílio Universal Vaticano II. Os concílios são uma das riquezas da Igreja, demonstram a diversidade e unidade da Igreja Católica. Professor Felipe Aquino explica o que é, como funciona e qual a rasão de um concílio, em especial o Concílio Vaticano II.
094 João Paulo II: O Papa do Novo Milênio Em nosso curso da “História da Igreja”, dentro do programa “Palavras de Fé”, Professor Felipe Aquino nos fala sobre o Pontificado de João Paulo II, o Papa do Novo Milênio.
095 Os Grandes Feitos de João Paulo II Professor Felipe Aquino nos fala sobre os grandes feitos históricos do Papa João Paulo II e seu importante exemplo de vida para toda a humanidade.
096 Joseph Ratzinger: O Novo Bento! Após a morte de João Paulo II, o Cardeal Joseph Ratzinger é eleito para assumir o Trono de Pedro, tornando-se a partir de então o Papa Bento XVI. Professor Felipe Aquino fala-nos de suas origens, pensamentos, realizações e nos explica quais as razões levaram Sua Santidade a escolher o nome Bento XVI.
097 Os trabalhos do Papa Bento XVI Encerrando a série “História da Igreja”, Professor Felipe Aquino nos fala sobre o pastoreio de Bento XVI e os trabalhos e realizações daquele que comanda a Igreja Católica Apostólica Romana

Desejamos que, utilizando este pequeno curso, você realize um profundo estudo em busca do conhecimento, e assim fortifique as raízes de sua fé, dentro da Igreja instituída pelo próprio Cristo e confiada inicialmente às mãos de Pedro.

Deus o abençoe!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"O que significa crer hoje?"

"O que significa crer hoje?"


Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 24 de outubro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrino reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional audiência de quarta-feira.

Queridos irmãos e irmãs,

Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei uma nova série de catequeses sobre a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? Ainda há um sentido para a fé em um mundo cuja ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje? De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deusem Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida.

Hoje, junto a tantos sinais do bem, cresce ao nosso redor também um certo deserto espiritual. Às vezes, tem-se a sensação, por certos acontecimentos dos quais temos notícia todos os dias, que o mundo não vai em direção à construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica; as mesmas ideias de progresso e de bem estar mostram também as suas sombras. Apesar da grandeza das descobertas da ciência e dos sucessos da técnica, hoje o homem não parece verdadeiramente mais livre, mais humano; permanecem tantas formas de exploração, de manipulação, de violência, de abusos, de injustiça...Um certo tipo de cultura, então, educou a mover-se somente no horizonte das coisas, do factível, a crer somente no que se vê e se toca com as próprias mãos. Por outro lado, cresce também o número daqueles que se sentem desorientados e, na tentativa de ir além de uma visão somente horizontal da realidade, estão dispostos a crer em tudo e no seu contrário. Neste contexto, surgem algumas perguntas fundamentais, que são muito mais concretas do que parecem à primeira vista: que sentido tem viver? Há um futuro para o homem, para nós e para as novas gerações? Em que direção orientar as escolhas da nossa liberdade para um êxito bom e feliz da vida? O que nos espera além do limiar da morte?

Destas insuprimíveis perguntas emergem como o mundo do planejamento, do cálculo exato e do experimento, em uma palavra o saber da ciência, mesmo sendo importante para a vida do homem, sozinho não basta. Nós precisamos não apenas do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajude a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidianos. A fé nos dá exatamente isto: é um confiante confiar em um “Tu”, que é Deus, o qual me dá uma certeza diferente, mas não menos sólida daquela que me vem do cálculo exato ou da ciência.A fé não é um simples consentimento intelectual do homem e da verdade particular sobre Deus; é um ato com o qual confio livremente em um Deus que é Pai e me ama; é adesão a um “Tu” que me dá esperança e confiança. Certamente esta adesão a Deus não é privada de conteúdo: com essa sabemos que Deus mesmo se mostrou a nós em Cristo, mostrou a sua face e se fez realmente próximo a cada um de nós. Mais, Deus revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é sem medida: na Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem, nos mostra do modo mais luminoso a que ponto chega este amor, até a doação de si mesmo, até o sacrifício total. Com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce até o fundo na nossa humanidade para trazê-la de volta a Ele, para elevá-la à sua altura. A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, diante do mal e da morte, mas é capaz de transformar cada forma de escravidão, dando a possibilidade da salvação.Ter fé, então, é encontrar este “Tu”, Deus, que me sustenta e me concede a promessa de um amor indestrutível que não só aspira à eternidade, mas a doa; é confiar-se em Deus como a atitude de uma criança, que sabe bem que todas as suas dificuldades, todos os seus problemas estão seguros no “Tu” da mãe. E esta possibilidade de salvação através da fé é um dom que Deus oferece a todos os homens. Acho que deveríamos meditar com mais frequência – na nossa vida cotidiana, caracterizada por problemas e situações às vezes dramáticas – sobre o fato de que crer de forma cristã significa este abandonar-me com confiança ao sentido profundo que sustenta a mim e ao mundo, aquele sentido que nós não somos capazes de dar, mas somente de receber como dom, e que é o fundamento sobre o qual podemos viver sem medo. E esta certeza libertadora e tranquilizante da fé devemos ser capazes de anunciá-la com a palavra e de mostrá-la com a nossa vida de cristãos.

Ao nosso redor, porém, vemos todos os dias que muitos permanecem indiferentes ou recusam-se a acolher este anúncio. No final do Evangelho de Marcos, hoje temos palavras duras do Ressuscitado que diz: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 16), perde a si mesmo. Gostaria de convidá-los a refletir sobre isso. A confiança na ação do Espírito Santo, nos deve impulsionar sempre a andar e anunciar o Evangelho, ao corajoso testemunho da fé; mas além da possibilidade de uma resposta positiva ao dom da fé, há também o risco de rejeição ao Evangelho, do não acolhimento ao encontro vital com Cristo.Santo Agostinho já colocava este problema em seu comentário da parábola do semeador: “Nós falamos – dizia – lançamos a semente, espalhamos a semente. Existem aqueles que desprezam, aqueles que reprovarão, aquelas que zombam. Se nós temos medo deles, não temos mais nada a semear e no dia da ceifa ficaremos sem colheita. Por isso venha a semente da terra boa” (Discurso sobre a disciplina cristã, 13, 14: PL 40, 677-678). A recusa, portanto, não pode nos desencorajar. Como cristãos somos testemunhas deste terreno fértil: a nossa fé, mesmo com nossos limites, mostra que existe a terra boa, onde a semente da Palavra de Deus produz frutos abundantes de justiça, de paz e de amor, de nova humanidade, de salvação. E toda a história da Igreja, com todos os problemas, demonstra também que existe a terra boa, existe a semente boa, e traz fruto.

Mas perguntamo-nos: de onde atinge o homem aquela abertura do coração e da mente para crer no Deus que se fez visível em Jesus Cristo morto e ressuscitado, para acolher a sua salvação, de forma que Ele e seu Evangelho sejam o guia e a luz da existência? Resposta: nós podemos crer em Deus porque Ele se aproxima de nós e nos toca, porque o Espírito Santo, dom do Ressuscitado, nos torna capazes de acolher o Deus vivo. A fé então é primeiramente um dom sobrenatural, um dom de Deus.O Concílio Vaticano II afirma: “Para que se possa fazer este ato de fé, é necessária a graça de Deus que previne e socorre, e são necessários os auxílios interiores do Espírito Santo, o qual mova o coração e o volte a Deus, abra os olhos da mente, e doe ‘a todos doçura para aceitar e acreditar na verdade’” (Cost. dogm. Dei Verbum, 5). Na base do nosso caminho de fé tem o Batismo, o sacramento que nos doa o Espírito Santo, fazendo-nos tornar filhos de Deus em Cristo, e marca o ingresso na comunidade de fé, na Igreja: não se crê por si próprio, sem a vinda da graça do Espírito; e não se crê sozinho, mas junto aos irmãos. A partir do Batismo cada crente é chamado a re-viver e fazer própria esta confissão de fé, junto aos irmãos.

A fé é dom de Deus, mas é também ato profundamente livre e humano. O Catecismo da Igreja Católica o diz com clareza: “É impossível crer sem a graça e os auxílios interiores do Espírito Santo. Não é, portanto, menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade e nem à inteligência do homem” (n. 154). Mas, as implica e as exalta, em uma aposta de vida que é como um êxodo, isso é, um sair de si mesmo, das próprias seguranças, dos próprios esquemas mentais, para confiar na ação de Deus que nos indica a sua estrada para conseguir a verdadeira liberdade, a nossa identidade humana, a verdadeira alegria do coração, a paz com todos. Crer é confiar com toda a liberdade e com alegria no desenho providencial de Deus na história, como fez o patriarca Abraão, como fez Maria de Nazaré. A fé, então, é um consentimento com o qual a nossa mente e o nosso coração dizem o seu “sim” a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este “sim” transforma a vida, abre a estrada para uma plenitude de significado, a torna nova, rica de alegria e de esperança confiável.

Caros amigos, o nosso tempo requer cristãos que foram apreendidos por Cristo, que cresçam na fé graças à familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. Pessoas que sejam quase um livro aberto que narra a experiência da vida nova no Espírito, a presença daquele Deus que nos sustenta no caminho e nos abre à vida que nunca terá fim. Obrigado.

(Trad.MEM)

7 mitos sobre a Igreja Católica e a Ciência

Obrigado ao site http://www.logosapologetica.com

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus"

"Eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus"



Homilia de Bento XVI na Missa de canonização de sete novos Santos

CIDADE DO VATICANO, domingo, 21 de outubro de 2012(ZENIT.org) - Publicamos a seguir a homilia de Bento XVI na Santa Missa e canonização de: Jacques Bethieu, Maria del Monte Carmelo Salles y Barangueras, Marianna Cope, Kateri Tekakwitha e Anna Schäffer, celebrada nesta manhã na Praça de São Pedro.

O Filho do homem veio para servir e dar a sua vida como resgate para muitos (cf. Mc 10,45)

Venerados irmãos,
Queridos irmãos e irmãs!

Hoje a Igreja escuta mais uma vez estas palavras de Jesus, pronunciadas durante o caminho rumo a Jerusalém, onde devia cumprir-se o seu mistério de paixão, morte e ressurreição. São palavras que manifestam o sentido da missão de Cristo na terra, marcada pela sua imolação, pela sua doação total. Neste terceiro domingo de outubro, no qual se celebrar o Dia Mundial das Missões, a Igreja as escuta com uma intensidade particular e reaviva a consciência de viver totalmente em um perene estado de serviço ao homem e ao Evangelho, como Aquele que se ofereceu a si mesmo até o sacrifício da vida.

Dirijo a minha cordial saudação a todos vós, que encheis a Praça de São Pedro, nomeadamente as Delegações oficiais e os peregrinos vindos para festejar os novos sete Santos. Saúdo com afeto os Cardeais e Bispos que nestes dias estão participando da Assembléia sinodal sobre a Nova Evangelização. É providencial a coincidência entre esta Assembléia e o Dia das Missões; e a Palavra de Deus que acabamos de escutar se mostra iluminadora para ambas. Esta nos mostra o estilo do evangelizador, chamado a testemunhar e anunciar a mensagem cristã conformando-se a Jesus Cristo, seguindo a Seu mesma vida.

O Filho do homem veio para servir e dar a sua vida como resgate para muitos (cf. Mc 10,45)

Estas palavras constituíram o programa de vida dos sete beatos que a Igreja hoje inscreve solenemente na gloriosa fileira dos Santos. Com coragem heróica eles consumiram a sua existência na consagração total a Deus e no serviço generoso aos irmãos. São filhos e filhas da Igreja, que escolheram a vida do serviço seguindo o Senhor. A santidade na Igreja teve sempre a sua fonte no mistério da Redenção, que já prefigurava o profeta Isaias na primeira Leitura: o Servo do Senhor, o justo que «fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas» (Is 53,11), este Servo é Jesus Cristo, crucificado, ressuscitado e vivo na glória. A celebração hodierna constitui uma confirmação eloquente dessa misteriosa realidade salvífica. A tenaz profissão de fé destes sete discípulos generosos de Cristo, a sua conformação ao Filho do Homem resplandece hoje em toda a Igreja.

Jacques Berthie, nascido em 1838, na França, foi desde muito cedo um enamorado de Jesus Cristo. Durante o seu ministério paroquial, desejou ardentemente salvar as almas. Ao fazer-se jesuíta, queria percorrer o mundo para a glória de Deus. Pastor incansável na Ilha de Santa Maria e depois em Madagascar, lutou contra a injustiça, levando alívio para os pobres e enfermos. Os malgaxes o consideravam um sacerdote vindo do céu, e diziam: Tu és o nosso “pai e mãe”! Ele sefez tudo para todos, haurindo na oração e no amor do Coração de Jesus a força humana e sacerdotal para enfrentar o martírio, em 1896. Morreu dizendo: «Prefiro antes morrer que renunciar à minha fé». Queridos amigos, que a vida deste evangelizador seja um encorajamento e um modelo para os sacerdotes, para que sejam homens de Deus como ele o foi! Que o seu exemplo ajude os numerosos cristãos que são perseguidos por causa da sua fé nos dias de hoje! Que a sua intercessão, durante este ano da fé, produza frutos em Madagascar e no Continente africano! Que Deus abençoe o povo malgaxe!

Pedro Calungsod nasceu aproximadamente no ano 1654, na região de Visayas, nas Filipinas. Seu amor a Cristo o inspirou a preparar-se como catequista com os missionários jesuítas da região. Em 1668, junto com outros dois jovens catequistas, acompanhou o Padre Diego Luiz de San Vitores para as Ilhas Marianas com o fim de evangelizar o povo Chamorro. Nesse lugar, a vida era difícil e os missionários enfrentaram a perseguição nascida da inveja e de calunias. Pedro, contudo, demonstrou uma grande fé e caridade, e continuou catequizando os seus muitos convertidos, dando testemunho de Cristo através de uma vida de pureza e dedicação ao Evangelho. O seu desejo de ganhar almas para Cristo se sobrepunha a tudo, e isso o levou a aceitar decididamente o martírio. Morreu no dia 2 de abril de 1672. Algumas testemunhas contaram que Pedro poderia ter fugido para um lugar seguro, mas escolheu permanecer ao lado do Padre Diego. O sacerdote, antes de ser morto, pôde dar a absolvição a Pedro. Que o exemplo e o testemunho corajoso de Pedro Calungsod inspire o dileto povo das Filipinas a anunciar corajosamente o Reino e ganhar almas para Deus!

Giovanni Battista Piamarta, sacerdote da Diocese de Brescia, foi um grande apóstolo da caridade e da juventude. Percebia a necessidade de uma presença cultural e social do catolicismo no mundo moderno, por isso se dedicou ao progresso cristão, moral e profissional das novas gerações, com a sua esplêndida humanidade e bondade. Animado por uma confiança inabalável na Providência Divina e de um profundo espírito de sacrifício, enfrentou dificuldades e fatigas para dar vida a diversas obras apostólicas, entre as quais: o Instituto dos pequenos artesãos, a Editora Queriniana, a Congregação masculina da Sagrada Família de Nazaré e a Congregação das Humildes Servas do Senhor. O segredo da sua vida, intensa e ativa, residia nas longas horas que ele dedicava à oração. Quando estava sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do encontro, de coração a coração, com o Senhor. Demorava-se de muito bom grado junto do Santíssimo Sacramento, meditando a paixão, morte e ressurreição de Cristo, para alcançar a força espiritual e voltar a lançar-se, sempre com novas iniciativas pastorais, à conquista do coração das pessoas, sobretudo dos jovens, para levá-los de volta para as fontes da vida.

«Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos!» Com essas palavras, a liturgia nos convida a fazer nosso este hino a Deus criador e providente, aceitando o seu plano nas nossas vidas. Assim o fez Santa Maria del Carmelo Salles y Barangueras, religiosa nascida em Vic, Espanha, em 1848. Vendo a sua esperança preenchida, após muitas dificuldades, ao contemplar o progresso da Congregação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino, pôde cantar junto com a Mãe de Deus: «Seu amor de geração em geração, chega a todos que o respeitam». A sua obra educativa, confiada à Virgem Imaculada, continua a dar frutos abundantes entre os jovens e através da entrega generosa das suas filhas que, como ela, se confiam ao Deus que pode tudo.

Passo agora para Marianne Cope, nascida em 1838 em Heppenheim, na Alemanha. Com apenas um ano de vida, foi levada para os Estados Unidos, e em 1862 entrou na Ordem Terceira Regular de São Francisco, em Siracusa, Nova Iorque. Mais tarde, como Superiora geral da sua congregação, Madre Marianne abraçou voluntariamente a chamada para ir cuidar dos leprosos no Havaí, depois da recusa de muitos. Ela partiu, junto com seis irmãs da sua congregação, para administrar pessoalmente um hospital em Oahu, fundando em seguida o Hospital Mamulani, em Maui, e abrindo uma casa para meninas de pais leprosos. Cinco anos depois, aceitou o convite para abrir uma casa para mulheres e meninas na Ilha de Molokai, partindo com coragem e, encerrando assim seu contato com o mundo exterior. Ali, cuidou do Padre Damião, então já famoso pelo seu trabalho heróico com os leprosos, assistindo-o até a sua morte e assumindo o seu trabalho com os leprosos. Em uma época em que pouco se podia fazer por aqueles que sofriam dessa terrível doença, Marianne Cope demonstrou um imenso amor, coragem e entusiasmo. Ela é um exemplo luminoso e valioso da melhor tradição de religiosas católicas dedicadas à enfermagem e do espírito do seu amado São Francisco de Assis.

Kateri Tekakwitha nasceu no que hoje é o Estado de Nova Iorque, em 1656, filha de pai Mohawk e de mãe Algoquin cristã, que lhe transmitiu a fé no Deus vivo. Foi batizada aos 20 anos de idade, para escapar da perseguição, se refugiou na Missão São Francisco Xavier, perto de Montreal. Ali ela trabalhou, fiel às tradições culturais do seu povo, embora renunciando as convicções religiosas deste, até a sua morte com 24 anos. Levando uma vida simples, Kateri permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa diária. O seu maior desejo era saber e fazer aquilo que agradava a Deus.

Kateri impressiona-nos pela ação da graça na sua vida, carente de apoios externos, e pela firmeza na sua vocação tão particular na sua cultura. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente! Possa o seu exemplo nos ajudar a viver lá onde nos encontremos, sem renunciar àquilo que somos, amando a Jesus! Santa Kateri, protetora do Canadá e primeira santa ameríndia, nós te confiamos a renovação da fé entre os povos nativos e em toda a América do Norte! Que Deus abençoe ospovos nativos!

A jovem Anna Schäffer, de Mindelstetten, quis entrar em uma congregação missionária. Nascida em uma família humilde, ela conseguiu, trabalhando como doméstica, acumular o dote necessário para poder entrar no convento. Neste emprego, sofreu um grave acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam em um leito pelo resto da vida. Foi assim que o seu quarto de enferma se transformou em uma cela conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário. Inicialmente se revoltou contra o seu destino, mas em seguida, compreendeu que a sua situação era uma chamada amorosa do Crucificado para O seguisse. Fortalecida pela comunhão diária, tornou-se uma intercessora incansável através da oração e um espelho do amor de Deus para as numerosas pessoas que procuravam conselho. Que o seu apostolado de oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja para os crentes de sua terra um exemplo luminoso e que a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas paliativas para doentes terminais.

Queridos irmãos e irmãs! Estes novos Santos, diferentes pela sua origem, língua, nação e condição social, estão unidos com todo o Povo de Deus no mistério de Salvação de Cristo, o Redentor. Junto a eles, também nós aqui reunidos com os Padres sinodais, provenientes de todas as partes do mundo, proclamamos, com as palavras do salmo, que Senhor é «o nosso auxílio e proteção», e pedimos: «sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos» (Sal 32, 20-22). Que o testemunho dos novos Santos, a sua vida oferecida generosamente por amor a Cristo, possa falar hoje a toda a Igreja, e a sua intercessão possa reforçá-la e sustentá-la na sua missão de anunciar o Evangelho no mundo inteiro.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As provas para a existência de Deus são muitas e convergentes

As provas para a existência de Deus são muitas e convergentes
Papa João Paulo II
Tradução: Emerson de Oliveira
fonte: LOGOS APOLOGÉTICA

Audiência dada em 10 de julho de 1985. Esse artigo papal sobre a existência de Deus é o segundo de uma série baseada no Salmo 18/19:2-5.

1. Quando nos perguntamos: "Por que cremos em Deus"? a primeira resposta é dada por nossa fé: Deus se revelou a humanidade e entrou em contato com ela. A suprema revelação divina veio através de Jesus Cristo, Deus encarnado. Nós cremos em Deus porque Deus se fez conhecido a nós como o Ser Supremo, o "Auto-Existente".

No entanto, esta fé em Deus que revela a si mesma, também encontra suporte na razão de nossa inteligência. Ao refletirmos, vemos que não faltam provas para a existência de Deus. Estas tem sido elaboradas por pensadores que as colocaram em forma de demonstrações filosóficas com rígidas deduções lógicas. Mas eles também podem ter uma forma mais simples e por isso serem acessíveis a todos os que buscam entender o real significado do mundo. .

Provas científicas

2. Ao falar da existência de Deus devemos salientar que não estamos falando de provas no sentido entendido pelas ciências experimentais. As provas científicas no sentido lato da palavra só são válidas para coisas observáveis aos sentidos, sendo portanto, passíveis de serem pesquisadas pelos laboratórios. Desejar uma prova científica de Deus seria o equivalente a transformarmos Deus no nível das criaturas deste mundo, e por isso, nos equivocaríamos metodologicamente a respeito do que Deus é. A ciência deve reconhecer seus limites e sua impossibilidade de alcançar a existência de Deus: nem pode afirmar nem pode negar sua existência.

Disto, no entanto, nós podemos concluir que os cientistas em suas pesquisas são incapazes de encontrar razões válidas para admitir a existência de Deus. Se a ciência como tal não pode achar Deus, o cientista inteligente não se limita somente às coisas observáveis, mas pode concluir que há algo que transcende a matéria. Muitos cientistas pensam assim e fizeram esse descobrimento..

Quem reflete com mente aberta no que é implícito na existência do Universo, pode não ajudar mas pode propor uma questão do problema da origem. Instintivamente, ao darmos testemunho de certos fatos, perguntamos o que o causou. Podemos fazer a mesma pergunta com respeito aos fenômenos que acontecem no mundo?

Uma Causa suprema

3. Uma hipótese científica como a expansão do Universo, torna o problema mais claro. Se o Universo está em expansão constante, deve ter havido um "momento inicial", em que esta expansão começou? Mas segundo a teoria adotada por alguns essa pergunta não tem resposta. Este Universo em movimento constante postula uma Causa que, inicialmente, tem começado este movimento. Sem tal causa Suprema, o mundo e cada movimento permaneceria "inexplicado" e "inexplicável" e nossa inteligência ficaria sem respostas. A mente humana só pode receber uma resposta a suas perguntas admitindo a existência de um Ser que criou o mundo com todo o seu dinamismo e é quem o continua mantendo em existência.

4. A necessidade de voltarmos a uma Causa suprema fica mais evidente se vermos as provas incessantes que a ciência descobre sobre a estrutura da matéria. Quando a inteligência humana observa a constituição e estruturas das partículas elementares, não percebe ali uma Inteligência que a concebeu? Ao ver a imensa maravilha que existe na pequenez do átomo e na imensidão do cosmos, a mente humana sente que todo esse trabalho de qualidade foi feito por um Criador cuja sabedoria está mais além do que todas as medidas e que seu poder é infinito.

Impressionante Final

5. Todas as observações acerca do desenvolvimento da vida leva a uma conclusão parecida. A evolução dos seres vivos, que a ciência procura descobrir os elos e estudar o mecanismo, revela uma finalidade superior que desperta admiração. Esta finalidade que dirige os seres em sua trajetória de existência revela a Mente de Um Criador.

A história da humanidade e da vida de cada ser humano tem uma finalidade mais profunda. Logicamente, o homem não pode explicar a ele o significado de tudo, portanto, o homem não é o senhor de seu prórpio destino. Não só não o fez mas também não tem o poder de dominar sua existência. No entanto, ele sabe que tem um destino e tenta descobrir quem o escreveu e como isso está escrito dentro dele. Em certos momentos ele pode discernir uma finalidade oculta que aparece de uma convergência de circunstâncias e eventos mais facilmente. Assim ele descobre que um Criador o tem feito e dirigido em existência.

6. Entre as qualidades deste mundo que nos impele a buscar respostas, há finalmente, beleza. Ela se manifesta nas maravilhas da natureza; se expressa nas obras de arte inumeráveis, literatura, música, pintura e artes plásticas. Também se evidencia pela conduta moral: há tantos bons sentimentos, tantos feitos fantásticos.

O homem fica consciente ou "recebe" toda esta beleza, sempre que ele coopera por sua ação ou manifestção. Ele descobre e a entende totalmente quando reconhece sua fonte, a beleza transcendente de Deus.

A fé estimula


7. Para todas estas "indicações" da existência de Deus, alguns poderiam opor o poder da chance ou de propor os mecanismos da matéria. Falar de um Universo que apresenta semelhante constituição complexa em seus elementos e semelhante finalidade seria o equivalente a deixar a busca de uma explicação do mundo quando aparece a nós. De fato, isso seria o mesmo a admitir efeitos sem uma causa. Seria uma negação da inteligência humana que rejeitasse pensar assim, para buscar uma solução para seus problemas.

Concluindo, uma olhada das indicações que o Universo nos mostra impele o homem a ver que há um Criador. As provas para a existência de Deus são muitas e convergentes. Eles contribuem para mostrar que a fé não humilha a inteligência humana, mas a estimula nas reflexões e permitem entender os "porquês" propostos pela observação de uma realidade melhor.

domingo, 14 de outubro de 2012

A maioria dos ateus estão mais próximos do que eles pensam de acreditar em Deus.

"A maioria dos ateus estão mais próximos do que eles pensam de acreditar em Deus. Eu acho que os ateus que eu conheço que são tão dedicados a viver uma vida de amor, empatia, bondade, e que, caso fosse comprovado cientificamente amanhã que essas coisas não eram nem benéfico para o indivíduo, nem a sociedade, o meu palpite é que eles ainda assim viveriam suas vidas de amor, bondade e empatia. Eles acreditam que, se estas coisas não fossem boas e verdadeiras, então nada então seria bom e verdadeiro, que de alguma forma eles são mais reais do que a realidade. E, assim como eu descobri, quando você abraçar essa compreensão, você teve o seu primeiro encontro com Deus". 
Jennifer Fulwiler 

Jennifer Fulwiler escreve para o jornal National Catholic Register, convertida ao Catolicismo após uma vida de ateísmo. Ela é colunista da revista Envoy, também constante convidada na radio católica EWTN, também contribuiu para os livros "The Church and New Media"( A Igreja e os novos meios de comunicação) e "Atheist to Catholic: 11 Stories of Conversion" (Do Ateísmo ao Catolicismo: 11 histórias de conversão). Ela também esta escrevendo um livro baseado em seu blog pessoal, ConversionDiary.com. Da mesma forma que ela ama escrever, seu trabalho favorito é ser mãe de suas 5 pequenas crianças.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A tua maledicência se parece com essas penas. As palavras ditas sem compaixão se espalham e depois não há como recolhê-las

São Filipe Néri era um padre conhecido pelas penitências criativas que dava aos seus fiéis. Certa vez uma mulher veio se confessar com ele, dizendo que cometia o pecado de falar mal do próximo. Disse ainda que depois que se confessava acabava incorrendo novamente no mesmo pecado.

São Filipe Néri ouviu atentamente a confissão da mulher e lhe deu a seguinte penitência: ela deveria depenar uma galinha,caminhando pelas ruas de Roma, e depois deveria voltar para continuar a penitência. Assim fez a mulher.

Depenou a galinha, caminhando pelas ruas de Roma, e voltou para junto do padre. Quando perguntou o que mais teria de fazer, São Filipe foi certeiro: " Agora, volta por todas as ruas pelas quais caminhaste e recolhe uma a uma as penas da galinha. E presta atenção, não deixes uma pena sequer esquecida."

A mulher retrucou: "Mas, padre, isso é impossível! Tinha tanto vento que nunca poderei recolher todas as penas"

"Eu sei, minha filha. Espero que tu tenhas compreendido a lição. A tua maledicência se parece com essas penas. As palavras ditas sem compaixão se espalham e depois não há como recolhê-las."

O boato é assim. A fofoca é devastadora. Antes de proferir uma palavra, nós somos os seus senhores. Depois que elas saem, somos os seus servos.

Ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades



Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento... A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao colectivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. 
Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar "aqui e além por qualquer vento de doutrina", aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.
Ao contrário, nós, temos outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. É ele a medida do verdadeiro humanismo. "Adulta" não é uma fé que segue as ondas da moda e a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade. Devemos amadurecer esta fé, para esta fé devemos guiar o rebanho de Cristo. E é esta fé só esta fé que gera unidade e se realiza na caridade. São Paulo oferece-nos a este propósito em contraste com as contínuas peripécias dos que são como crianças batidas pelas ondas uma bela palavra: praticar a verdade na caridade, como fórmula fundamental da existência cristã. Em Cristo, coincidem verdade e caridade. Na medida em que nos aproximamos de Cristo, também na nossa vida, verdade e caridade fundem-se. A caridade sem verdade seria cega; a verdade sem caridade seria como "um címbalo que retine" (1 Cor 13, 1).

PAPA BENTO XVI

Gedeão Dias, ex-presbiteriano convertido à Única Igreja de Cristo

Gedeão Dias, ex-presbiteriano convertido à Única Igreja de Cristo
Fonte: VS (Veritatis Splendor)

Prezados Irmãos do Vetitatis,

O site VS foi de grande valor para mim e minha família na busca da Verdade Absoluta de Cristo sobre a instituição da sua Igreja. Éramos protestantes presbiterianos, e particularmente desde meus 4 anos de idade sempre estive na fileira protestante sem saber, nem conhecer profundamente o movimento protestante, assim caminhei nas fileiras protestantes durante 36 anos de minha vida.

Os artigos publicados neste site foram extremamente importantes na descoberta e no estudo da Tradição Apostólica, de sorte que no 11 de Julho de 2012 demos o brado de rompimento com o movimento protestante, o qual colocamos por inteiro abaixo.

Rompimento com o Movimento Protestante


Prezados Irmãos e Irmãs,
Prostrados com temor e tremor diante de Cristo e de sua vontade, eu e minha família frente a tantos irmãos e irmãs, caríssimos, a quem amamos de verdade, tornamos pública decisão extremamente importante e urgente em nossas vidas. Decisão essa que passou obrigatoriamente pela consciência cristocêntrica e o burilar da verdade do seu precioso Evangelho.
Estamos nos propondo a defender o Evangelho de Jesus Cristo a partir Dele mesmo e de sua Igreja instituída e organizada conforme sua vontade e desígnio.
Decidimos como família participar do movimento cristão primitivo, a Igreja de todos os tempos, a Igreja dos Discípulos e Apóstolos, a Igreja dos santos, a Igreja dos Mártires, a Igreja que tem sua fé arraigada na tradição apostólica, instituida pelo próprio Jesus tendo o Apóstolo Pedro como Pastor (Jo 21, 15-19; Mt. 16, 18-19) tendo uma sucessão ininterrupta deste sacerdócio até nossos dias, a Igreja que teve garantida a assistência do Espírito Santo para sempre, até a consumação dos séculos (Mt. 28, 18-20), a promessa de que jamais falharia, "Nem mesmo as portas do inferno prevaleceriam contra ela" (Mt. 16, 18).
E Assim como os cristão foram chamados pela primeira vez de Cristãos em Antioquia (At 11, 26 ), esta Igreja foi chamada assim no início do século II por (Inácio de Antioquia, bispo cristão martirizado por volta de 107 d.C. por sua fidelidade a Cristo – Carta aos Esmirniotas cap. 8). "Segui todos ao bispo, como Jesus Cristo segue ao Pai, e ao presbitério como aos apóstolos; respeitai aos diáconos como à lei de Deus. Sem o bispo, ninguém faça nada do que diz respeito à Igreja. Considerai legítima a eucaristia realizada pelo bispo ou por alguém que foi encarregado por ele. Onde aparece o bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica".
Esta igreja foi perseguida desde seu início, atacada por toda sorte de heresias mas sempre saiu vitoriosa pelo poder do nome do Senhor, esta Igreja nunca fraquejou sua fé a ponto de sucumbir, caso isso acontessesse Jesus teria mentido, teria fraquejado. Ele jamais iria instituir uma Igreja pra sobreviver somente até seus 1.516 anos, nunca! Jesus não poderia falhar no seu projeto, afinal a Igreja é sua Noiva, é o seu corpo e Ele mesmo é o cabeça.
Nesta compreensão honesta e cativa à palavra de Deus, de público, declaramos o rompimento com o movimento protestante capitaneado por Lutero. Pesquisas apontam que a vida deste homem foi dúbia, pelos seus escritos podemos facilmente admitir, no mínimo, alguém perturbado psicologicamente, sem entrar em detalhes escabrosos, basta-se ler as suas famosas 95 teses, para atestarmos sua própria versão contraditória. Um homem altamente afligido com a presença maligna perto de si.
Toda a Reforma Protestante foi influenciada por este homem cuja vida não é exemplo de obediência e submissão, pelo contrário, foi uma voz de protesto e confusão.
Uma base teológica e eclesiástica fundada a partir de um personagem duvidoso, não dá para acreditar, muito menos aceitar a legitimidade da sua "Reforma".
Ao sermos confrontados com a idéia das boas intenções de Lutero em "Reformar" a Igreja, teríamos de admitir primeiramente um fracasso de Cristo no sustento de sua Igreja, isso se constituiria numa afirmativa demoníaca. Deus nos guarde disso!
Queremos deixar dois exemplos dignos de reflexão: Primeiro o exemplo de Uzar citado em I Cr 13, 9-10 A arca da aliança lugar da presença de Deus assim como a Igreja. Uzar quis dá uma mãozinha de ajuda para socorrer a queda total da arca. Deus o matou, apesar de sua "boa intenção" em ajudar a Deus.
O Segundo exemplo que queremos deixar é bastante pertinente, trata-se de uma rebelião contra o Sacerdócio: O protesto de Coré, Datã e Abirão em Números Cap 16 mostra-nos homens interessados em "Reformar" a condução do Povo de Deus a partir de Moisés. Estes "Reformadores" se auto-intitularam perante Deus como dignos de receberem o Sacerdócio, envoltos numa aura de boas intenções, mas o final da história nos conta sobre a derrota destes homens e, sobretudo, daqueles que estavam concordando com o Protesto.
Destas duas advertências aprendemos a necessidade de sermos vigilantes e obedientes diante das instituições criadas por Deus.
Pensemos: A Igreja Cristã sobreviveu quinze séculos na unidade da fé Cristã, não obstante as dificuldades encontradas por seu povo no percurso. Jesus precisaria mesmo da mãozinha de Lutero e seus seguidores/reformadores para reformar e salvar a sua Igreja?
Francamente! Constatamos até hoje a deforma e a multiplicação do erro Luterano, dividindo, subdividindo e envergonhando o Evangelho de Cristo através das múltiplas e infindáveis denominações protestantes. Todas as igrejas após Lutero têem como cabeça um fundador/reformador que não é Jesus Cristo. Misericórdia!
O tempo passou e ainda uma voz ressoa instigante em nossos ouvidos: a quem vós escolhei? A Cristo ou a Barrabás? Jesus ou Lutero?
Citando um dos doutores da Igreja, Santo Agostinho concluímos: "Amai muito a inteligência e a compreensão da verdade. Pois é necessário bem compreender pra crer verdadeiramente". (Por melhor que seja a sua intenção, se você comprar uma jóia falsa, você estará no prejuízo. E em se tratando da salvação, já pensou que prejuízo!!!).
Senhor Piedade, Piedade de todos nós!

(Gedeão Dias e Família.)

Família: Clara (Esposa). Lara(12) e Lana (9).

FONTE: http://www.veritatis.com.br/apologetica/92-testemunhos/1498-gedeao-dias-ex-presbiteriano-convertido-a-unica-igreja-de-cristo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Comunhão Espiritual


A Comunhão Espiritual



Às vezes nos encontramos diante do Senhor sacramentado e passamos momentos de aridez, sem perceber sua voz nem chegar a dizer-lhe nada. O que fazer? Eis aqui uma maneira excelente para ocupar parte do tempo nas visitas ao Santíssimo: fazer uma comunhão espiritual.

Chamamos comunhão sacramental o receber o corpo de Cristo debaixo das espécies eucarísticas na Missa ou fora dela. É este um momento inefável de união e intimidade com Deus, por certo o momento (ou o acontecimento) mais importante do dia ou da semana.

Mas resulta que podemos também nos encontrar com Nosso Senhor fazendo uma comunhão espiritual que poderá ter tanto ou até maior fruto que a mesma comunhão eucarística, dependendo do fervor com que o fiel se empenhe e da liberalidade de Deus.

A comunhão sacramental pode ser recebida várias vezes por dia, se a segunda vez que comungo o faço participando de um Missa, segundo estipula o Código de Direito Canônico, cânon 917.

A comunhão espiritual entretanto pode ser feita em qualquer momento, em qualquer lugar, quantas vezes quiser.

No que consiste a comunhão espiritual?
Santo Afonso Maria de Ligório nos explica muito claramente: "consiste no desejo de receber a Jesus Sacramentado e em dar-lhe um amoroso abraço, como se já o tivéssemos recebido".

Esta devoção é muito mais proveitosa do que se pensa e muito fácil de realizar. Há fórmulas que nos ajudam a fazê-la como, por exemplo esta, que é da lavra do mesmo santo:

"Oh Jesus meu, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento, te amo sobre todas as coisas e desejo receber-te em minha alma. Já que agora não posso fazê-lo sacramentalmente, venha ao menos espiritualmente a meu coração. Como se já tivesse recebido, te abraço e me uno todo a Ti, não permitais, Senhor, que volte jamais a abandonar-te. Amém".

Mas cada um pode meditar e realizar a comunhão espiritual sem necessidade de restringir-se a uma oração específica, mas para que seja bem feita, recomenda-se que se faça:

- um ato de Fé na Eucaristia (creio que estas presente na Eucaristia);
- um ato de amor (te amo sobre todas as coisas);
- um ato de desejo (desejo receber-te em minha alma);
- Por fim, um pedido: (venha espiritualmente a meu coração, permanece em mim e faça que nunca te abandone).

Quantas vezes pensamos e até sonhamos com coisas que queremos ou que gostamos. É um imperativo de nosso ser racional e volitivo. E como não vamos ter em vista essa presença tão benéfica que é, além disso, traje de vida eterna?

Pode se dizer que a comunhão espiritual é um termômetro de nossa fé e de nosso amor a Eucaristia. E se não temos claro a factibilidade desta prática devocional, compreende-se que não tenhamos recorrido a ela; mas uma vez que temos compreendido quão beneficiosa é para a alma, não temos mais que fazê-la parte de nossos hábitos cotidianos.

Disse Jesus no Evangelho que é preciso "orar em todo tempo e não desfalecer" (Lc 18, 1). A comunhão espiritual é uma forma excelente de oração que está sempre ao nosso alcance.

"Ecclesia de Eucharistía" é o título de uma encíclica do beato João Paulo II. "A Igreja vive da Eucaristia" e sem ela não pode existir. De forma real ou virtual, devemos comungar sempre com o Senhor. A Eucaristia foi feita para os cristãos e os cristãos para a Eucaristia.

Um pagão como o centurião romano (Mt 8, 5-17) viveu a experiência da comunhão espiritual quando disse: "Senhor, eu não sou digno de que entrei em minha casa mas dizei uma só palavra...". A comunhão com o Messias, através de um ato de fé, de esperança e de amor, obteve sua conversão e a cura de seu servo.


Crer, desejar e adorar... já é comungar!

Por Padre Rafael Ibarguren, EP
fonte: http://www.gaudiumpress.org/content/40925

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A oração cristã é olhar constantemente e de maneira sempre nova a Cristo

A oração cristã é olhar constantemente e de maneira sempre nova a Cristo 


Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 03 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional Audiência Geral de quarta-feira.
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Queridos irmãos e irmãs,
Na última catequese, comecei a falar de uma das fontes privilegiadas de oração cristã: a liturgia sagrada, que - como afirma o Catecismo da Igreja Católica - é "participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Na liturgia, toda oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo" (n. 1073). Hoje, eu gostaria que nos perguntássemos: na minha vida, eu reservo espaço suficiente para a oração e, acima de tudo, que lugar na minha relação com Deus ocupa a oração litúrgica, especialmente a Santa Missa, como participação na oração comum do Corpo de Cristo que é a Igreja?
Ao responder a esta questão devemos primeiramente lembrar que a oração é a relação viva dos filhos de Deus com seu Pai que é infinitamente bom, com seu Filho, Jesus Cristo, e com
o Espírito Santo (cf. ibid., 2565). Assim, a vida de oração é o hábito de estar na presença de Deus e ter consciência de viver a relação com Deus como se vive as relações habituais de nossas vidas, com os familiares mais queridos, com amigos de verdade; e de fato, a relação com o Senhor é a que ilumina a todos os nossos outros relacionamentos. Esta comunhão de vida com Deus, Uno e Trino, é possível porque, pelo Batismo fomos introduzidos em Cristo, passamos a ser um com Ele (cf. Rm 6:5).
De fato, somente em Cristo podemos dialogar com Deus Pai como filhos, caso contrário não é possível, mas em comunhão com o Filho também nos podemos dizer como Ele disse: "Abba". Em comunhão com Cristo, podemos conhecer a Deus como verdadeiro Pai (cf. Mt 11:27). Por isso, a oração cristã é olhar constantemente e de maneira sempre nova a Cristo, conversar com Ele, ficar em silêncio com Ele, ouvi-lo, agir e sofrer com Ele. O cristão descobre sua verdadeira identidade em Cristo, "primogênito de toda criatura», em quem todas as coisas (cf. Cl 1,15 ss). Identificando-se com Ele, sendo um com Ele, redescubro a minha identidade pessoal, a de verdadeiro filho que vê a Deus como um Pai cheio de amor.
Mas não esqueçamos: Cristo, nos o encontramos, o conhecemos como uma pessoa viva, na Igreja. É o "seu corpo". Esta corporeidade pode ser entendida a partir das palavras bíblicas sobre o homem e a mulher: os dois serão uma só carne (cf. Gn 2:24; Efésios 5,30 ss; 1 Cor 6,16 s.). O vínculo indissolúvel entre Cristo e a Igreja, através do poder unificador do amor, não anula o "você" e o "eu", mas eleva-as a sua unidade mais profunda. Encontrar a própria identidade em Cristo significa alcançar uma comunhão com Ele, que não me anula, mas eleva-me a mais alta dignidade, àquela de filho de Deus em Cristo: "a história de amor entre Deus e o homem consiste no fato de que esta comunhão de vontade cresce em comunhão de pensamento e de sentimento e, assim, a nossa vontade e a vontade de Deus coincidem cada vez mais "(Encíclica Deus caritas est, 17). Rezar significa elevar-se à altura de Deus através de uma necessária e gradual transformação do nosso ser.
Assim, participando da liturgia, fazemos nossa a linguagem da mãe Igreja, aprendemos a falar nessa e através dessa. Claro que, como eu já disse, isso acontece gradualmente, pouco a pouco. Devo imergir progressivamente nas palavras da Igreja, com a minha oração, com a minha vida, com o meu sofrimento, com a minha alegria, com o meu pensamento. É um caminho que nos transforma.
Penso que essas reflexões nos permitem responder à pergunta que fizemos no início: como aprendo a rezar, como eu cresço na minha oração? Olhando para o modelo que Jesus nos ensinou, o Pai Nosso, vemos que a primeira palavra é "Pai" e a ​​segunda é "nosso". A resposta, então, é clara: aprendo a rezar, alimento a minha oração, dirigindo-me a Deus como Pai e rezando com outros, rezando com a Igreja, aceitando o dom de suas palavras, que tornam pouco a pouco familiar e rica de sentido. O diálogo que Deus estabelece com cada um de nós, e nós com Ele, na oração inclui sempre um "com"; não podemos rezar a Deus de maneira individualista. Na oração litúrgica, especialmente a Eucaristia, e - formados pela liturgia - em cada oração, não falamos apenas como pessoa individualmente, mas entramos no "nós" da Igreja que reza. E precisamos transformar nosso "eu" entrando neste "nós".
Gostaria de lembrar outro aspecto importante. No Catecismo da Igreja Católica, lemos: "Na liturgia da Nova Aliança, cada ação litúrgica, especialmente a celebração da Eucaristia e dos sacramentos, é um encontro entre Cristo e a Igreja" (n. 1097), por isso, é o "Cristo total", toda a Comunidade, o Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra. A liturgia é, então, uma espécie de "auto-manifestação" de uma comunidade, mas é a saída de simplesmente "ser para si mesmo", ser fechado em si mesmo para entrar no grande banquete, na grande comunidade viva, na qual o próprio Deus nos alimenta. A liturgia implica universalidade e esse caráter universal deve entrar novamente no conhecimento de todos. A liturgia cristã é o culto do templo universal que é Cristo Ressuscitado, cujos braços estão estendidos na cruz para atrair todos ao abraço do amor eterno de Deus. É o culto do céu aberto. Nunca é somente o evento de uma única comunidade, com o seu lugar no tempo e no espaço. É importante que cada cristão sinta-se realmente inserido nesse "nós" universal, que fornece o fundamento e o refúgio ao "eu", no Corpo de Cristo que é a Igreja.
Nisto devemos estar cientes e aceitar a lógica da Encarnação de Deus: Ele se fez próximo, presente, entrando na história e natureza humana, tornando-se um de nós. E esta presença continua na Igreja, seu Corpo. A liturgia, então, não é a memória de eventos passados, mas é a presença viva do Mistério Pascal de Cristo que transcende e une todos os tempos e espaços. Se na celebração não emerge a centralidade de Cristo, não temos a liturgia cristã totalmente dependente do Senhor e sustentada pela sua presença criadora. Deus age através de Cristo e nós não podemos agir a não ser por meio Dele e Nele. Todos os dias deve crescer em nós a convicção de que a liturgia não é o nosso, o meu "fazer", mas é a ação de Deus em nós e com nós.
Assim, não é o indivíduo - sacerdote ou fiel - ou o grupo que celebra a liturgia, mas é principalmente a ação de Deus através da Igreja, que tem a sua própria história, sua rica tradição e a sua criatividade. Esta universalidade e abertura fundamental, que é característica de toda a liturgia é uma das razões pelas quais não podem ser idealizada ou modificada pela comunidade individual ou por especialistas, mas deve ser fiel às formas da Igreja universal.
Mesmo na liturgia das menores comunidades está sempre presente toda a Igreja. Por esta razão, não há "estrangeiro" na comunidade litúrgica. Em toda celebração litúrgica participa junto toda a Igreja, o céu e a terra, Deus e os homens. A liturgia cristã, mesmo que celebrada em um lugar e um espaço concreto e exprime o "sim" de uma determinada comunidade, é naturalmente Católica, vem do todo e leva ao todo, em união com o Papa, os Bispos, com os fiéis de todos os tempos e lugares. Quanto mais uma celebração é animada por esta consciência, mais frutuosamente nessa se realiza o autentico sentido da liturgia.
Caros amigos, a Igreja torna-se visível de muitas maneiras: na ação caritativa, nos projetos de missão, no apostolado pessoal que cada cristão deve realizar no próprio ambiente. Mas, o lugar no qual a Igreja é experimentada plenamente como Igreja é na liturgia: essa é o ato em que acreditamos que Deus entra em nossa realidade e podemos encontra-Lo, podemos toca-Lo. É o ato no qual entramos em contato com Deus, Ele vem até nós, e nós somos iluminados por Ele. Por isso, quando nas reflexões sobre liturgia nós centramos a nossa atenção somente sobre como torná-la atraente, interessante, bonita, corremos o risco de esquecer o essencial: a liturgia se celebra por Deus e não por nós mesmos; é obra sua; é Ele o sujeito; e nós devemos nos abrir a Ele e nos deixar guiar por Ele e pelo seu Corpo que é a Igreja.
Peçamos ao Senhor para aprendermos a cada dia viver a sagrada liturgia, especialmente a Celebração Eucarística, rezando no "nós" da Igreja, que dirige o olhar não para si, mas para Deus, e nos sintamos parte da Igreja viva de todos os lugares e de todos os tempos. Obrigado.
Amados peregrinos vindos do Brasil e demais peregrinos de língua portuguesa: sede todos bem-vindos! Aprendei a viver bem a liturgia, pois esta é o caminho para dirigir o vosso olhar a Deus, superando todo individualismo e egoísmo, através da comunhão com a Igreja viva de todos os tempos e lugares. Que Deus vos abençoe! Obrigado!